terça-feira, 24 de outubro de 2017

Pergaminhos do Cosmão Vol. 4 - O Sentido da Jogatina




Qual o sentido de se jogar videogame? O que você busca quando aperta o power ou enquanto programa aquela jogatina, naquele tempo livre tão escasso nos dias de hoje? Se superar? Passar o tempo? Desligar-se do mundo real? Relaxar? Ou apenas se divertir? E no que está baseada essa diversão? No jogo escolhido ou no que a jogatina em si representa para você?

Quando se é jovem, talvez essa seja uma resposta mais fácil de ser alcançada. Mas, quando já se acumula uma boa idade, com compromissos minando cada vez mais seu tempo livre, é preciso refletir sobre tal questão que envolve nosso hobby preferido: jogar videogame.

Embora o assunto tratado aqui tenha em vista a jogatina retrô (seja emulada ou no sistema original - tanto faz no final das contas), também pode ser extendido para jogatinas em consoles mais modernos e novos. Afinal, a diversão precisa sempre prevalecer? Ou apenas proporcionar um momento de desligamento do mundo externo? E esse é o ponto central de tudo e é o assunto que resolvi trazer hoje para mais um pergaminho...


Quantas vezes você já iniciou aquele jogo pretendido, jogou, terminou e depois ficou com a sensação de que "nem parece que joguei"? A jogatina parece que foi tão automática que você nem sentiu, nem gravou em sua mente os momentos jogando, nem parece que se divertiu. Eu venho notando que esse tipo de sensação tem ocorrido comigo já faz um tempinho: um acúmulo de jogos terminados, mas praticamente vazios de conteúdo pessoal ou de experiência. O famoso "backlog fantasma", o qual você consegue cumprir, mas de forma tão obrigatória (mesmo sem ser obrigado) que acaba sendo automático e sem vida.



Esse tipo de sensação se parece bastante com a "Síndrome do Labirinto", que é ficar perdido no que jogar. Neste caso, ficamos perdidos "no que joguei". Infelizmente, não é algo que você consiga resolver com organização das jogatinas. Pelo menos no meu caso, não parece ser. Me passa a impressão de ter mais a ver com "dar um tempo", sossegar e, até mesmo, parar de jogar por tempo indeterminado. Seria a "fase final" dessa doença de possuir "todos" os jogos de uma só vez? Seria o desfecho da "Síndrome do Labirinto"? Ainda não tenho essas respostas.

Apesar de tudo, algumas das causas eu já identifiquei. Uma delas está diretamente relacionada com o tempo livre para jogar. Aquelas duas horinhas, ou aquela simples hora e até mesmo aquela meia hora sagrada que você tira para jogar. Acaba que, quando finalmente chega o período no dia reservado para jogar, você acaba perdido e escolhe qualquer coisa, desanimando por completo. Outra causa seria o local onde jogamos. Por mais incrível (e fresco) que pareça, o ambiente onde você costuma jogar, à longo prazo, pode acabar destruindo por completo a sua vontade de jogar, seu ânimo em encarar algum jogo. Ter um lugar adequado faz todo o sentido, afinal, jogar com pressa, no trabalho e tendo mil afazeres após a jogatina não é saudável, como diria o Vigia.



No final das contas, muitos podem dizer que "não há sentido algum em jogar videogame, eu jogo por diversão apenas", o que não é nem um pouco errado. O problema é quando essa diversão já não existe mais ou quando ela já apresenta desgaste, cansaço e estafa. Você vê por tantos anos as mesmas coisas que nada mais te agrada quanto antes. E, o mais inacreditável: você começa a considerar dar um bom tempo no hobby que você mais gosta de fazer...

A internet é um espaço que ajuda em tudo isso: são cada vez mais "especialistas", "historiadores" e "entendidos" dos games que pipocam por todos os lados. É cansativo ler sempre as mesmas coisas, ver sempre gente compartilhando que comprou isso, que comprou aquilo, objetos sem vida que vão servir de troféus em prateleiras e nada mais que isso. Ao contrário, é prazeroso ler um relato de um jogador de verdade, que venceu um desafio e veio contar suas aventuras. Acho que isso faz uma boa falta nessa internet sem vida de hoje em dia (no que diz respeito à jogos).



Eu não quero transformar o blog num espaço para lamentar, seja a falta de tempo pra jogar, sejam os problemas que impedem, seja a própria vida. Mas senti necessidade de compartilhar esse assunto com vocês que ainda gastam um tempo pra vir aqui ler o que eu escrevo. Pode ser que esse cansaço mental esteja ocorrendo com mais pessoas ou ocorra de tempos em tempos e é interessante compartilharmos essas experiências, mesmo que ruins para nós que gostamos de jogar. É isso.

43 comentários:

  1. Cara, de uns 6 anos para cá eu venho me perguntando isso. Decidi continuar jogando apenas os jogos antigos que não tive contato na época, e também jogar meus jogos favoritos, pois esses pra mim continuam com a mesma "mágica" que sempre tiveram. Dos jogos recentes os que me chamam a atenção são os da Nintendo.

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    1. Jogar os games favoritos, independente de onde, é uma das soluções. Obrigado pela visita!

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  2. Fala Cosmão! Eu tenho pouquíssimo tempo para jogar, mas quando jogo... ahhhh que delícia... Eu achava que jogava muito pouco mas depois que comecei a anotar no caderninho sinto que jogo bem mais que eu imaginava (acredite, faz toda diferença anotar num caderno/diário em relação a como fazemos no grupo do facebook). Concordo que o local e circunstância correta são essenciais para vc jogar (realmente, fora disso não é saudável), mas a gama de opções que temos acaba realmente sendo um impeditivo... se pudesse dar um conselho seria: Escolha um jogo, vá até o fim, a não ser que você comece a achar o jogo chato. Comigo funciona. Jogo menos jogos, mas me sinto satisfeito. E bora compartilhar, realmente, esse tipo de cansaço atinge muita gente. Boa jogatina meu amigo!

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    1. Eu comecei essa "terapia do caderninho" faz uns dias e venho tendo resultados bons tbm. Acho que depois de tantos anos jogando videogames, chega uma hora que cansa mesmo. Espero que passe logo, videogame pra mim é vida!

      Valeu pela visita saudável Vigia!

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    2. Como funciona essa "terapia do caderninho"? Fiquei curioso agora, pois sofro desse mesmo problema atualmente...

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    3. Também gostaria de saber, vou acompanhar pra ver

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    4. Eu ando meio perdido com que jogar pessoal e isso faz anos, não vou mentir para vocês. Pouco tempo, seleção de jogos ruins, poucas surpresas, algumas decepções... mas ao ler esse texto e ver isso sobre a "terapia do caderninho", pensei serialmente em fazer isso!

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    5. Queria saber mais tb sobre essa "terapia do caderninho". =)

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  3. Cara, vocês descreveu em detalhes a minha fase atual. Estou com 34 anos. Jogo desde os 5 anos. E é bem tudinho o que você falou: há um tempo jogava, passava o tempo, e nada... Mas isso vinha acontecendo principalmente com os jogos dessa nova geração, cara. Larguei tudo e voltei firme aos antigos que eu nunca joguei. Megaman 1, por exemplo. Sempre joguei os antigos, mas ficava muito nos mesmos (como você disse aliás). Cara, o que eu me diverti não dá nem pra descrever! Já até terminei de novo! Mas agora tô numa fenda temporal de novo. Terminei o megaman 2, mas não teve o mesmo efeito. Mas acho que já já aparece outra coisa. Como gostamos disso, logo vem uma nova ideia. ;)
    Parabéns pelo post!

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    1. É uma delícia essa "passagem" dos jogos atuais pros antigos, lembro quando tive uma fase parecida com essa e voltei aos antigos jogando justamente Megaman 3 naquela coletânea do PS2.

      Acho incrível a força que esses jogos velhos tem, principalmente pra quem viveu naquela época.

      Obrigado pela visita Flavio.

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  4. No meu caso, gosto de puzzle games, mas de tempos em tempos esqueço deles. acho que nessa vida não dá pra ter apenas um hobbie para o tempo livre.

    gosto de alternar (leitura, filmes, cursos, séries, cinema, academia etc.) só não dá pra variar no namoro senão minha mulher me mata.

    realmente amigos fazem falta, mas a vida e nossos interesses muito vezes nos separa deles.

    enfim, jogar é mais um de muitos hobbies que servem para nos entreter e os buscamos para sentir fortes emoções e sentir que estamos vivos.

    abç!

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    1. Vc disse uma verdade: não dá pra ter apenas um hobby, talvez eu precise voltar a tocar meu violão e a escrever contos como eu fazia na adolescência.


      Obrigado pelo comentário e visita Scant Tales!

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  5. Fala Cosmão! Bom ver que seu site continua firme e forte! Estou de volta com minhas atividades no Mundo Nerd! Espero poder fazer uma parceria com você qualquer dia. Um abraço!

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    1. Vamos sim Victor! Que bom que está voltando tbm, o mundo blogueiro precisa voltar a ser forte!

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  6. Eu entendo isso, passei por uma fase assim há um tempo atrás. Estava "jogando pra dizer que joguei". O que me fez parar com isso foi jogar só o que eu realmente estivesse afim, fazer da minha sala meu " buraco gamer " (fica fácil quando não se recebe visitas e quando não se tem filhos) e não me apegar a lançamentos ou a pessoas "da mídia", pois o que é bom para um Velberan ou Zangado dificilmente será pra mim. Tenho gostos muito únicos e parei de me obrigar a jogar o que todos estavam jogando, só por pressão de participar daquilo.
    Como considero videogame meu hobbie principal, eu dedico um tempo bom a jogar (pelo menos uma hora todo dia), e nem sempre divulgo ou comento o que jogo, porque o importante é meu envolvimento e experiência com aquele título, e isso só eu vou entender. É quase um namoro, aonde o que se passa é legal entre o casal, e ficar expondo muito cria cobranças desnecessárias.

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    1. Jogar por pressão é horrível, já fiz muito disso tbm! A "Síndrome do Labirinto" meio que te obriga à isso às vezes se vc não tiver jogo de cintura na hora de escolher um game pra jogar.

      Obrigado pela visita Ayu!

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  7. Em alguns momentos é melhor largar por um tempo determinado hobbie para não virar obsessão. As listas gigantes de qualquer coisa acabam tornando burocrático o entretenimento. Pesquisei os sistemas todos que achei interessantes, tentei extrair deles suas originalidades e cheguei a um ponto de vista. Tenho vontade agora de apenas esperar jogos novos para terminá-los salvo uma ou outra tradução de alguma coisa imersa no japonês. Acho que isso quebra um pouco a tal síndrome que você já tinha descrito.

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    1. Realmente Doc, tornar um hobby algo burocrático e, em alguns casos, até obrigatório, acaba por matá-lo aos poucos e por completo. "Peneirar" o quase infinito conteúdo como vc disse é uma das alternativas para driblar aquela dúvida sobre o que jogar agora. Valeu!

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  8. Vou falar por mim, o canal e as lives me ajudam a sair da "mesmice", conhecer jogos "velhos-novos", principalmente das plataformas que não tive acesso. Eu costumo não me pressionar para finalizar algum jogo, salvo quando gosto ou se estiver perto do final.

    Mas uma coisa que sempre mantive foram jogos "casuais", mas à moda antiga, que atualmente é o NFL Football '94 do Joe Montana, faço um jogo dele por dia ou a cada dois dias, este lugar já foi ocupado recentemente pelo NHL 96 e antes ainda, na época de ouro do SNES em minha vida, foi ocupado pelo F-Zero, NBA Live 97 e Legend of Zelda A Link to the Past. são jogos que ia jogando despretensiosamente, sem pressão. são jogos que posso parar e retornar a jogá-los a qualquer momento, por distração mesmo, mas jogos que fazem algo mágico: me fazem vibrar. Acho que é esta a questão afinal. Jogar algo que mexa com você, sem a pressão do dia-a-dia, poder começar a jogar e parar quando você quer parar ajuda também. Sempre que pego pra jogar algo antes de ter que ir buscara esposa em algum lugar a jogatina não sai boa, não jogo bem, fico pensando no compromisso e isso torna a experiência pior.

    O que escreveram acima, de ter mais hobbies faz todo sentido também, é importante ter esta variedade.

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    1. Jogar sem a pressão precisa ser algo acertado em sua mente desde o início da jogatina. Se vc acumula muitos jogos, a pressão acaba surgindo automaticamente. E ter mais hobbies é primordial, tanto é que estou tentando arrumar outras coisas pra fazer além do videogame.

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  9. Acho que qualquer atividade pode ficar tediosa algumas vezes. Daí é só dar um tempo e renovar o ânimo. Hoje temos um universo fantástico de jogos via canais oficiais e roms, eu prefiro ficar perdido sem saber o que jogar pelo excesso, do que ficar caçando um cartucho, como nos meus tempos de criança, feito um náufrago atrás de comida. É claro que todo hobby pode enjoar de vez em quando, mas aí é culpa das variações emocionais do hobista e não do videogame, que diga-se de passagem, está na melhor fase para quem quer jogar. Tem de tudo, é só escolher. É só dar um tempo, Cosmão.

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    1. O excesso de opções é um dos maiores problemas nos dias de hoje pra quem curte videogame. São tantas e tão acessíveis.... Quem viveu na época das locadoras sabe bem o quão complicado é escolher um jogo e focar nele. Sobre dar um tempo, é uma ótima alternativa quando todas as outras falharem. Mesmo assim, é difícil, pelo menos pra mim, se desligar totalmente dos games.

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  10. Um bom site e bons participantes é muito difícil de encontrar mas esse definitivamente é um desses.
    O texto descreveu bem como estou, parei para jogar até terminar um há pouco tempo e após terminar me senti como se não tivesse jogado.
    Comecei um próximo também mas não consegui me prender.
    E pelos comentários, realmente vejo que a possibilidade de dar um tempo e ir para outro hobby, como a leitura, um esporte não mais praticado, pode ser o que realmente precisa-se.
    Eu vou tentar antes voltar aos Tycoons que sempre gostei muito mas nunca mais joguei e se realmente não der certo, vou me afastar.

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    1. Obrigado Rodrigo!
      Eu estou tentando focar em outras coisas que eu gosto, como escrever e ler livros, mas, como eu disse acima, é difícil largar por completo os videogames e dar um tempo. Espero que vc consiga reacender a chama de simplesmente conseguir aproveitar um game em sua totalidade.

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  11. Cara, entendo bem sobre essa falta de tempo... E assim que liga o video game, vc desanima de jogar toda lista que queria... Assim, me faz escolher um que não tenha um "final" que sempre fica na mesmisse ... Por exemplo jogos de futebol ou FPS online. Tbm opto por jogos de luta como Killer Instinct ou Street Fighter II,
    Acho que o grande problema é a falta de desafio nos jogos de hoje, sendo quase exclusivo o tempo de jogo, e um ou outro boss. Antigamente cada pulo em plataforma, cada cenário te mantinha preso no jogo, por exemplo Battletoads, Megaman X, Kid Chameleon, Prince of Persia, Zombies At My Neighbor etc. Quero jogar Sombras de Mordor, mas deve levar dias e dias para finalizar, ou outros que duram 20horas pra salvar... E eu sou daqueles que vasculho cada canto do jogo, então levaria 40 hrs no mínimo. Então desisto fácil e pulo para as partidas online.

    Vou contar aqui, o que faço com meu sobrinho para deixá-lo jogar no ps4.

    Ele precisa passar alguma tela que eu escolho no Kid Chameleon ou no Ghouls N Ghosts para eu deixar ele jogar. E cara, ele sofre demais, fica bravo, mas não desiste... Pula da cadeira, faz cara de choro, se esperneia de raiva, mas não desiste! E quando ele passa, fica tão feliz, contando sobre as partes difíceis, tal hora que morreu, fica eufórico e animado. Coisa que não se vê hoje em dia.

    Detalhe... A tela que dei hoje para ele passar no Kid, foi Elsewere 17

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    1. Ótima tática essa com seu sobrinho hahahaha!
      Eu também sou daqueles que exploram TODOS os cantinhos dos jogos, principalmente esses em ambientes 3D. O que acontece é que, se o jogo é muito longo, eu já cansei dele na metade de tanto andar pra todo lado. Aconteceu isso recentemente comigo no Zelda Wind Waker, do GameCube. Eu adorei o jogo, mas abandonei praticamente na metade porque já tinha visitado TODAS as ilhas e explorado tudo antes de continuar o enredo. Acabou que cansei do jogo, cansei da tela, cansei das músicas, de tudo...

      Aliás, acho que isso se encaixa perfeitamente no texto proposto aqui. Jogadores dedicados como nós (e como acredito que todos que frequentam o blog) acabam se frustrando mais facilmente com jogos modernos e quase infinitos.

      Obrigado pela visita!

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  12. Eu acho que tive essa sensação com jogos modernos, quando terminava jogos como Gears of War e The Witcher, havia uma sensação de vazio. Já com jogos antigos não sinto isso, eu me divirto e quero sempre me superar.

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    1. Acredito que isso aconteça porque os jogos antigos são bem definidos: tem começo, meio e fim. Não ficam enrolando o jogador com histórias mirabolantes (exceto alguns RPGs, mas RPG é assim mesmo).

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  13. Eu acho que videogame exige um tipo de disciplina mental. Essa disciplina deve te fazer escolher poucos jogos para que você se concentre neles por um maior tempo, com o objetivo de se tornar suficientemente bom tecnicamente. Esse sentimento de se sentir "bom" em um jogo te dá uma recompensa psicológica muito boa. Mais do simplesmente fechar ou zerar um jogo, saber que você o domina (termina no hard, não usa continues, etc) é o essencial e esse domínio só se torna real quando há foco, concentração e treinamento insistentes.

    Hoje com toda a biblioteca à disposição, a tentação de querer sair jogando tudo é muito grande. É tipo aquele leitor agitado que pega 4 ou 5 livros de uma vez e acaba não "embalando" em nenhum deles e os terminando apenas para "cumprir uma meta".

    Além da auto superação, o que faz com que a jogatina seja boa é a disputa com os amigos. Mas infelizmente, atualmente, nossos amigos todos estão casados, têm que trabalhar feito camelos pra sustentar os filhos, não há tempo livre para a "brincadeira" mais. O que resta dessa "brincadeira" são os desafios online apenas ou até mesmo esses desafios ao estilo clube da jogatina.

    Enfim, esses desafios trazem maior longevidade e diversão aos jogos.

    A preguiça mental é um problema grave. Por exemplo, por que é tão difícil ler um livro inteiro?

    Quantas vezes eu vi um texto enorme e senti preguiça de lê-lo, mas depois que me esforcei e li, pensei: "poxa, ainda bem que eu forcei a leitura, pois valeu a pena". O mesmo acontece nos exercícios físicos: quantas vezes levantei na marra pra surfar, mas depois de estar na água percebi que valeu a pena o esforço.

    O mesmo vale para os jogos, se focar em poucos é remar contra a maré da preguiça; pois a mente quer ser levada para todos os lugares, ela quer leveza sempre; mas essa lassidão nos leva a uma experiência superficial, tediosa e sem sentido.

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    1. A sua comparação com livros é extremamente certeira Sandro!
      Jogar muitos games é como tentar ler vários livros ao mesmo tempo. É como entrar em vários mundos diferentes e tentar explorá-los todos ao mesmo tempo. Vc, invariavelmente, vai acabar negligenciando algum deles até chegar num ponto de desistência massiva.

      A preguiça é um forte inimigo tbm. Jogos muito compridos me desestimulam rápido, mesmo que eu me empolgue no início.

      Valeu pelo comentário!

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  14. Eu andei pensando muito nisso ultimamente, e não só nos games mas como todo o entretenimento, e cheguei a algumas conclusões que me ajudaram bastante.

    1) NADA DE MARATONAS: via de regra, o cerebro precisa de tempo para criar memórias duradouras e especiais. Eu entendo a tentação de maratonar coisas a moda louca pq "eu tenho que ter tudo e tenho que ter agora!!!" - que é o que grita o nosso lado criança. Mas a verdade é que não ter tudo que quisermos na hora que quisermos tem o seu preço.

    Isso vale para séries, claro, mas também vale para games. Os jogos que eu mais lembro, que mais me marcaram foram os que eu passei semanas jogando, não os que eu sentei dez horas em transe antes de gritar "tá, acabou, próximo, vamo vamo vamo!".

    Existe um motivo pelo qual ninguém faz encontros Mcdonnalds.

    2) ESCREVER SOBRE O QUE VOCÊ JOGA - minha memória é muito ruim, muito mesmo. Eu comecei a escrever sobre os jogos que eu joguei e coisas qeu eu assistir apenas como material de referencia, para não esquecer mesmo, e acabou se tornando parte da experiencia. Ao parar e escrever sobre alguma coisa você calcifica e reflete sobre a experiencia, ela passa a significar algo pra voce. E dali a alguns anos você pode ler o seu texto e as memórias vão voltar do que você sentiu e de como você sentiu na época. Termina que você fica com uma sensação de "ok, eu aproveitei a experiencia que dava para aproveitar disso".

    Alguns jogos (principalmente antigos) eu passei mais tempo escrevendo sobre eles do que jogando, e eu não acho que tenha sido tempo desperdiçado. Ao invés de ser só mais um "é, eu acho que lembro de ter jogado o jogo do Jackie Chan do Nintendinho e lembro que eu terminei ele", eu posso dizer que ele significou alguma coisa porque eu investi tempo nele de verdade.

    Bem, isso é o que tem funcionado para mim nesse assunto.

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    1. Obrigado pela visita C²!
      Sobre escrever sobre os jogos, eu concordo com vc. É só eu passar os olhos sobre os jogos que escrevi aqui no blog para lembrar das jogatinas minhas com eles. Ao mesmo tempo, apenas ler sobre eles já me afasta deles, pois parece que o cérebro julga como algo "já vencido" e procura automaticamente por novidades. Não digo que nunca rejogo algo que já joguei, pois seria mentira. Mas, se eu faço um review ou falo sobre um game hoje no blog, só voltarei à ele muito tempo depois.

      Agora, esse parágrafo seu é perfeito:

      "Os jogos que eu mais lembro, que mais me marcaram foram os que eu passei semanas jogando, não os que eu sentei dez horas em transe antes de gritar "tá, acabou, próximo, vamo vamo vamo!"."

      Assino embaixo.

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  15. Cara esse seu comentário foi uma das melhores coisas que li e me chocou a ponto de pensar seriamente sobre isso.

    "o cerebro precisa de tempo para criar memórias duradouras e especiais. Eu entendo a tentação de maratonar coisas a moda louca pq "eu tenho que ter tudo e tenho que ter agora!!!" - que é o que grita o nosso lado criança. Mas a verdade é que não ter tudo que quisermos na hora que quisermos tem o seu preço."

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    1. Pois é Ivo.
      Nós vivemos nessa época tão boa de "não ter tudo na hora que queríamos" e era muito melhor assim. Depois de descobrir a emulação e os infinitos jogos, parece que tudo se torna descartável com o tempo. Focar nos jogos é cada vez mais difícil também por fatores externos, como tempo livre escasso, obrigações familiares, falta de dinheiro, etc.

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  16. Muita coisa contribui pro desânimo na jogatina pouquíssimas coisas contribuem pra que ela ocorra com frequência...um tempinho pra esclarecer as ideias e sempre bem vindo pois se a jogatina faz falta significa que ela ainda está no DNA do gamer seja ele retrô ou não.

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    1. Exatamente! Às vezes, passar um tempo longe de algo que você gosta faz você sentir falta e voltar contudo! Espero que consiga de volta essa vontade de jogar Rica!

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  17. Nostalgia pura ao ler os artigos do blog, abraço e continue com o blog!

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  18. Eu não passo tanto por isso nos games, já que não sou um gamer viciado, hardcore, ou qualquer outra definição, jogo por diversão, além de intercalar muito com livros e HQs, que são minha preferência de hobbys, e se o jogo é difícil eu coloco no easy sem nenhuma vergonha, e o nicho de jogos que me interessam é pequeno, e como jogo no PS3, Wii, PSP, DS e PC, é difícil conseguir terminar muitos jogos.
    Mas já tive essa sensação de jogar por obrigação, Final Fantasy 7 foi um, e agora estou no Tales of Eternia, quero terminar porque adoro a séria Tales of e já estou no fim.
    Mas o mais interessante é ler da "Síndrome do Labirinto do que joguei" e ver como comigo isso se aplica a alguns livros e HQs, principalmente com o fim. Muitas vezes depois que termino de ler fico com a sensação que não lembro de muita coisa, mesmo o livro ou HQ sendo ótimo, e eu não leio pro "obrigação" nem nada, mas as vezes fico assim.
    Primeira vez que comento aqui e adoro o blog, relembrar e conhecer coisas "novas" dos retrô é bom demais.

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  19. É ASSIM QUE TUDO ACABA ; NÃO DEIXA NÃO; COSMÃO ,JOGO DESDE 1980 TELEJOGO E NUNCA PAREI HOJE MESMO TO PEGANDO UM MEGA NOVO LOKO PRA JOGA ALTERED BEAST ; FORÇA COSMÃO; JOGATINA É VIDA

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  20. Olá Cosmão, abandonou o blog de vez? Quase todo dia entro aqui procurando uma novidade... Texto interessante, me identifico em muitas partes. Quando consigo jogar, só jogo games antigos com meus filhos, só com eles me divirto. Dos atuais, no máxio alguns de PS2 e Wii, além disso, fico feliz vendo minhas crianças(três, sendo duas meninas e um menino) jogando Mega Drive, por exemplo. Abração amigo, espero que continue com o blog!

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  21. Olá Cosmão espero que você não abondone esse blog kra ? Pois sempre entro por aqui nos fins de semana para ver um post seu sobre algum jogo desconhecido. Venho te acompanhando à muito tempo kra sei que não é fácil manter ele mas espero que consiga voltar ao blog rapaz. Ele faz a diferença por aqui nesse internet não só para mim mas à todos os retrogamers que gostam de recordar aquele jogo ou aquela jogatina depois de muito anos.

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  22. Fazia um tempo que eu não vinha aqui, acabei me deparando com esse ótimo artigo, justamente em um momento da minha vida que ando pensando seriamente nisso.

    Refleti de ontem pra hoje e tirei duas conclusões:

    Primeiro, relações pessoais são importantíssimas. Por que um jogo online é tão atraente? Por que você sempre estará interagindo com outras pessoas. Jogar Top Gear, Goof Troop ou Bomberman 4 sozinho hoje é sem graça, mas jogar com a galera da rua antigamente era bom demais. Isso é legal, você jogar com alguém ou jogar algo sozinho e depois se empolgar com outra pessoa conversando o quão massa é aquele jogo, ou aquela rivalidade sadia, que consegue tal item raro, quem conseguiu matar aquele chefe, comemorar, gritar de alegria, brincar com a cara do outro quando morre por besteira, acho que no fundo, é disso que sentimos falta.

    A segunda coisa que refleti é mais pessoal, por que eu jogo vídeo game hoje? Encontrei essa resposta de ontem pra hoje. Somente para admirar a arte. Sou um admirador hoje em dia. Principalmente da VGM, que considero 60% do jogo, porcentagem ocasionalmente menor em jogos com histórias lindíssimas ou cenários magníficos, sou daqueles que ainda para o jogo pra ver aquele lodo nos tijolos do cenário.

    Admiro a arte, a expressão artística que o jogo passa e o prazer que proporciona aos meus sentidos, principalmente, à minha audição.

    Eu estudo escutando músicas de vídeo game, limpando a casa, no ônibus... Coloco meu cunhadinho pra dormir com as músicas do Ristar...

    Abraço cosmão, daqui a um tempo eu volto de novo pra ver se tem post novo uahuahuah

    Se não, acompanho seu blog a anos, que diga-se de passagem, possui uma qualidade ímpar. Foi uma grande satisfação!

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  23. Desistiu do blog ?
    Cadê os novos posts ?
    Abraços.

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