domingo, 18 de abril de 2010

Soul Blazer (SNES)


A Quintet, no passado, foi responsável por inúmeros clássicos lançados principalmente no SNES. Mas 4 deles se destacam dos demais por representar uma série única, mesmo sem ter esse propósito: Actraiser, Soul Blazer, Illusion of Gaia e Terranigma. Os 4 jogos são expostos com um enredo bastante diferente do que estamos acostumados a ver hoje em dia. Nada de coisas clichês, personagens andrógenos, homens que se parecem mulheres nem nada disso. Nos anos 80 e 90 tínhamos jogos com heróis de verdade.

Bom, todos os jogos tratam da criação do mundo, envolvendo, de uma forma bastante subjetiva religão, Deus, a própria Criação e outros fatores de uma forma única, livre de pudores ou de quaisquer comparações ou críticas sob o aspecto religioso ou não. Existem lances de espiritismo, catolicismo, evangelismo e tudo convive de uma forma tão harmoniosa é que difícil de achar pontos onde podemos criticar.

Tudo começou com Actraiser, lançado em 1990. Nele, o jogador encarnava um guerreiro e um anjo, em dois tipos distintos de jogo: estratégico e de ação. Com o guerreiro, era preciso limpar os lugares dos demônios no planeta, enquanto que com o anjo, o objetivo era fazer florescer, crescer e observar a evolução humana no lugar. Em Soul Blazer temos um objetivo semelhante, mas com algumas coisas que o tornam único, assim como cada um dos jogos da trilogia.

dois momentos distintos: na cidade ainda vazia e na primeira dungeon, em frente à um inimigo

Em Soul Blazer controlamos um guerreiro que damos um nome de início e temos como objetivo seguir as ordens de uma voz superior. Cabe ao jogador imaginar de quem seria a voz, de Deus, de uma divindade, o que seja, isso não fica explícito no game, o que demonstra o bom senso dos programadores, sejam eles ateus ou não. Aliás, eles mencionam o ser superior como sendo Master, uma escolha, no mínimo inteligente, embora em alguns sites se conhece como sendo Gaia a tal entidade denominada Master. No controle do guerreiro, o objetivo maior é perseguir e destruir os inimigos em uma dungeon pra que a vida renasça na cidade local. É como se estivéssemos em uma outra dimensão e, após destruir determinada quantidade de monstros, alguma coisa aqui no mundo real seria libertada, como a sua casa, seus pais, a sua rua, e por assim por diante.

um dos mais importantes artefatos iniciais do jogo

Eu sei, é um enredo meio complicado de se pegar de início, é algo que deve ser jogado pra ser compreendido, por isso peço desculpas se não conseguir explicar isso de maneira satisfatória. Aliás, isso se aplica aos 4 jogos, não da mesma maneira, mas ainda assim é muito fácil definir com palavras o que os produtores queriam contando essa história.

Depois disso, é preciso voltar ao local de onde fomos enviados e enfrentar um chefe, aí sim, vamos pra próxima "fase".

o primeiro castelo oferece um bom desafio, juntamente com o primeiro chefe do jogo

Pois bem, para tal tarefa, contamos com os elementos clássicos de um RPG, como armas, armaduras, itens e magias. O sistema de jogo é baseado no conhecido dungeon-crawl, onde é preciso vencer um monte de labirintos cheios de inimigos usando apenas magias e sua inseparável arma, tudo em combates em tempo real. Posso lhes dizer que o combate do jogo me agrada muito.

Talvez somente o sistema de magias tenha ficado meio diferente demais, consiste em uma bola de energia que fica girando em torno do personagem em que é preciso apertar o botão de magia quando esta estiver de frente com o inimigo para disparar uma rajada. Acreditem, é mais complicado fazer do que explicar...

o mapa do jogo, mostrando a segunda área, uma região pantanosa

Os gráficos do jogo são ótimos. Mesmo pra um jogo bem datado (1992), os gráficos de Soul Blazer são bastante agradáveis, o que denota o cuidado da produtora nos mínimos detalhes. Falando em detalhes, é preciso ficar bem atento ao enredo do game, muitas coisas nas cidades dependem do entendimento dos diálogos pra saber o que fazer logo em seguida, não adianta ficar passando pra frente o texto pra ir curtir os combates.

Nas dungeons, o lance é mais braçal, mesmo que algumas vezes seja preciso algum raciocínio pra conseguir explorar tudo e liberar até os segredos mais bem escondidos de algumas fases. E bota segredo nisso, tem dungeons que escondem caminhos secretos, que por sua vez revelam passagens nas cidades, revelam escadas, buracos, personagens e coisas que levam à itens bem úteis. Explorar aqui é uma palavra que deve ser bem usada tanto nas cidades quanto nas dungeons.

Muitas vezes é preciso sair da dungeon, ir pra cidade, falar com algum NPC pra liberar o acesso à alguma área da dungeon, e vice-versa.

essa dungeon cheia de estacas dá um certo trabalho, assim como o labirinto infernal ao lado

"Mas é só sair matando tudo pras coisas acontecerem?", alguns perguntam. Sim e não. Os inimigos, no jogo, nascem de pequenos pontos vermelhos no chão. É preciso matar TODOS até que o tal ponto vermelho fique verde, aí é só caminhar pra cima dele pra alguma coisa acontecer na cidade. É simples, só que muitas vezes demanda tempo e paciência, visto que alguns inimigos são chatos pra caralho e nem todos os pontos verdes revelam coisas na cidade, alguns dão itens, outros experiências e outros abrem caminho na própria dungeon. Alguns inimigos também não morrem de maneira simples, precisam de armas diferentes, alguns são mais resistentes e etc.

As músicas do jogo são bem agradáveis. Nenhum tema se destaca, mas todas as músicas são bem compostas, algumas melhores do que outras, inclusive. Os efeitos sonoros são básicos, mas são bacanas também. O legal é que as fontes e as cores das fontes do jogo são bem parecidas com as fontes usadas nos outros jogos da Quintet, como Actraiser e Illusion of Gaia. Até o jeito de se expressarem lembra um pouco.

o jogo tem gráficos lindos, apesar da idade

Soul Blazer pode parecer um simples jogo de dungeon crawl, mas quando se pega pra jogar realmente, dá pra ficar vidrado no enredo facilmente. Cada etapa do jogo conta uma história, mas elas se ligam de forma de uma forma bem única, com o jogador podendo inclusive voltar às fases anteriores pra poder explorar melhor com aquela espada nova.

Com ótimos gráficos, músicas bacanas, muita exploração, o toque de RPG e um enredo bastante imersivo, Soul Blazer é uma ótima pedida pra quem ainda não experimentou.

Nota: 9.0

10 comentários:

  1. Esse eu joguei bem pouco, pretendo um dia ir a fundo. Tava jogando o Terranigma mas abandonei sem querer querendo (novax =/)

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  2. Esse jogo é ótimo mesmo, e dá para vencê-lo em poucos dias. É relativamente fácil, na minha opinião.

    E a história é bem legal mesmo. Indo até o fim não esperava pelo que houve, não que ele seja um final extremamente surpreendente, mas também não era algo que já era presumível.

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  3. @Maxcarnage
    Terranigma eu também acabei abandonando sem querer querendo faz anos, mas é um jogo que não posso morrer sem ter terminado :D

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  4. @Eduardo Shiroma
    Não venci ainda, mas fui bem longe. O que eu achei bacana também foi o extremo cuidado dos produtores em unir cada uma das etapas com histórias coerentes, muitas vezes é preciso voltar no mapa pra concluir alguma coisa, por mais pequena que seja.

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  5. Essa trilogia já está na lista pra antes de morrer. Será que um dia conseguirei terminá-los?
    Talvez seja isso que me mantenha vivo.

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  6. Já baixei para dar uma olhada, Cosmão :)

    Existe uma tradução desse jogo em espanhol, para quem tem dificuldades com o inglês :).

    Confira:
    http://fortaleza.romhackhispano.org/archivo/proyectos.html

    @GLStoque

    Credo, titia! Vira essa boca pra lá! O que te mantém vivo é comer, beber e respirar :D

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  7. E ai Cosmão, tudo jóia. Gostaria de falar com você. Tem um e-mail de contato?
    Abraços

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  8. Muito bom o post, Cosmão, gostei. Eu mal conheço essa "série", seu post me deu vontade de jogar. Parabéns aí pelo ótimo trabalho com o blog!

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  9. pois é ainda não joguei esse ;(
    mas também tenho q tirar um dia pra ele

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  10. nao consegui achar a espada de metal ta onde?

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