domingo, 2 de maio de 2010

Blackthorne (SNES)


Blackthorne sempre foi um jogo muito bem quisto entre a comunidade gamer e também pelos donos de SNES na época de seu lançamento. Seguindo um estilo consagrado por Prince of Persia e copiado magistralmente pelos também excelentes Flashback e Out of This World, Blackthorne logo se tornou um clássico, sendo considerado por muitos um dos melhores jogos do console.


Muitos de nós, principalmente naquela época, considerávamos bons jogos os que tinham uma jogabilidade decente, algum tiroteio, sangue, velocidade e tivesse um personagem cool para nos representar na telinha. Flashback tinha quase tudo isso, Super Mario World também e Sonic idem. Com Blackthorne não foi diferente. Afinal, controlar um cara cabeludo armado com uma shotgun impondo a ordem e respeito em um lugar místico cheio de ogros também armados era algo muito cool na época. Aliás, era não, ainda é.

Mas qual a verdadeira história do jogo? Eu mesmo nunca fui muito atrás de saber as histórias dos jogos quando eu jogava no meu Mega Drive ou no SNES de um amigo, o negócio era ligar e descer o dedo no controle, não importando muito a história. Um dos fatores era a língua estrangeira, que até hoje não domino, mas que obtive progresso graças ao videogame. O outro era talvez a falta de paciência em ler diálogos ou acompanhar a introdução do jogo. Óbviamente isso não era regra pra todos, conheço pessoas que não apertavam START até ver a apresentação inteirinha de Sonic 2....

Hoje em dia é bem diferente, é quase uma obrigação você se situar em um jogo, sabendo quem você é e quais os seus reais objetivos ali. Claro, existem jogos onde a história pouco importa, mas atualmente a maioria dos jogos oferece algum enredo bacana em que vale a pena "perder" um tempinho pra tentar entender e aproveitar mais o mesmo.

Mas vamos parar de lero-lero e contar a história de Blackthorne, pra quem ainda não sabe do que se trata.


Muito antigamente, existia um planeta chamado Tuul em que as pessoas eram burras o bastante para serem dominadas por qualquer outra pessoa que tivesse um mínimo de persuasão sobre elas. E claro, existiu tal pessoa, que governou todas as outras se dizendo ter o conhecimento suficiente para tal. Os tempos passaram, os governantes foram sendo substituídos e o último deles, Thoros, se via em um grande dilema: qual de seus dois filhos iria tomar seu lugar no futuro. Para solucionar o impasse, ele os levou até o deserto e se matou diante deles, originando assim duas pedras, a luz e a escuridão. Poético, não acham?

Pois bem, cada um dos filhos ficou com uma das pedras e assim dividiram o reino em dois lados: Androth e Ka'dra'suul. Enquanto o lado de Androth tudo era mil maravilhas, no lado de Ka'dra'suul a coisa tava ficando preta, literalmente. O povo não respeitava seu líder e diversos seres organizavam manifestações para derrubada do poder. Por conta de tanta bagunça, todo mundo de Ka'dra'suul foi transformado em monstro. E olha que saiu barato ainda.

Após o incidente, um dos habitantes, agora um monstro chamado Sarlac, reuniu um pequeno exército e passou a atacar Androth como se não houvesse amanhã.


Vendo-se sem saída, o atual rei de Androth, Vlaros, fez o que todo rei faria num momento desses: enfiou o rabinho entre as pernas, consultou seu fiel escudeiro chamado Galadril, que deu a brilhante sugestão de pegar seu único filho, Kyle, lhe dar a pedra da luz e o enviar à Terra com o objetivo de salvar seu povo no futuro. ÓTIMO! Uma atitude bastante sensata, partindo do princípio de que "se não se pode vencê-los, renda-se à eles".


Mas devo considerar que Vlaros não tinha lá muita escolha na hora. Seu povo não era acostumado com guerras, não tinham armas e viviam fumando narguilé e sonhando com mundos cor-de-rosa. Ao verem uma enorme mancha negra se aproximando, logo se renderam e foram escravizados.

Vinte anos se passaram, Kyle cresceu e se tornou um militar mercenário. Por ser um porra louca, Kyle foi preso diversas vezes, mas ao sair da prisão pela última vez, ele foi convocado por Galadril para retornar à Androth e salvar seu povo. Como não tinha nada pra fazer, aceitou o convite. Pegou sua amada shotgun e partiu para Androth.

Como podem ver, a história de Blackthorne não tem nada de simples. Eu mesmo nem fazia idéia de que Kyle tivesse esse passado e carregasse tal fardo em suas costas. Pra mim era só um carinha cool, de cabelo comprido, que estava tirando férias em algum planeta perdido e ficou com vontade de testar seu brinquedo nas fuças de diversos orcs coloridos. Mas, como dizem, o buraco é mais embaixo.

as bombas serve tanto pra abrir portas como para abrir orcs

Blackthorne é um jogo bastante ganancioso, dentro das proporções. Tem uma história pesada, calcada no passado de um personagem o qual não sabemos muita coisa. A única coisa que é sabida é que Kyle é filho de Vlaros que o enviou para longe com o intuito dele voltar e salvar seu planeta natal das garras de Sarlac e seus lacaios. Como um mercenário, Kyle retorna e é com ele que devemos chutar as diversas bundas de orcs coloridos com nossa estimada shotgun de dois canos.

enquanto alguns prisioneiros reúnem forças pra te encorajar a sumir dali, outros já nem isso conseguem fazer mais...

Kyle pode executar diversos movimentos, como sacar a arma, atirar, agachar, usar bombas, pular, escalar e correr, tal qual seus compadres Conrad e Lester. Mas o movimento mais bacana dele é atirar de costas, sem olhar, o que lhe deu uma grande fama na época. Afinal, acho que ele era o único que fazia isso de forma tão estilosa que ficávamos orgulhosos ao destruir um orc sem olhar pra onde atirávamos. "Olha mãe, de costas".

Durante a jornada, Kyle vai encontrando diversas pessoas do reino de seu pai aprisionadas e feitas de escravos pelos capachos de Sarlac. A maioria delas falam dicas importantes, entregam itens valiosos e contam como é a vida de escravo, o que realmente não interessa. É possível matar todos também, o que faz de você um sádico doente, mesmo sendo engraçado às vezes.

Os gráficos do jogo são ótimos, a movimentação de Kyle e dos inimigos são fenomenais, eu diria que rivalizam com Flashback e seu Conrad digital na mesma proporção.

um disputado tiroteio e um prisioneiro me entregando uma bomba, o que denota terrorismo até entre os prisioneiros

Kyle sobe e desce escadas de forma bastante real, mesmo sendo um sprite desenhado na tela, diferente de Conrad. A grande sacada do jogo é saber explorar os cenários, que vão se tornando cada vez maiores e complicados. Chaves, itens e portas escondidas fazem parte da rotina de Kyle em sua aventura.

A música do jogo é simples e repetitiva. Não existe aqui o charme das músicas de Out of this World, muito menos as passagens sonoras de Flashback. O tempo todo fica uma música tensa tocando, mesmo em momentos mais calmos. O que chama atenção mesmo é o clima de desolação e a obscuridade do jogo como um todo. Kyle está realmente sozinho nessa, dependendo de ajuda dos prisioneiros e de sua arma se quiser continuar vivo.

alguns inimigos só são acertados com o tipo certo de arma, como as aranhas
na outra tela, Kyle destrói a flora do que um dia foi seu planeta natal

O combate do jogo se dá como numa disputa de faroeste. Com o direcional pra cima é possível se esconder no fundo do cenário, evitando os balaços dos inimigos. Ao notar a menor chance, é preciso sair do esconderijo e pregar fogo no inimigo antes que ele faça o mesmo. Claro, existem diversos inimigos com diversos ritmos de ataque, fazendo com que os combates não sigam um mesmo script sempre, agregando variedade ao jogo.

claro, não poderia faltar ESSA imagem

Blackthorne é um jogo incrível até pros padrões de hoje. Com um ótimo desafio, uma história adulta e coesa, fases enormes e muita exploração, é estranho que nenhuma produtora ainda tenha se pronunciado para fazer uma sequência pro jogo. E, se querem minha opinião, é melhor que nem tentem mesmo. Apesar de querer saber no que deu tudo isso após o final, acho que prefiro manter intacta a essência e o legado que Blackthorne deixou pra todos nós.

NOTA: 9

12 comentários:

  1. Blackthorne é, sem dúvida, um dos melhores jogos de SNES. Eu lembro que era difícil alugá-lo na locadora, e, por isso mesmo, joguei pouco no SNES. Não sabia da história... Bem interessante :D

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  2. Joguei muito pouco no SNES também @Zolini, aproveitei melhor esse jogo no emulador e lhe digo que foi uma grata surpresa desde a primeira vez que vi até conseguir terminá-lo.

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  3. Esse jogo realmente é muito bom!

    Vale lembrar também que quando chegava no fim dos cenários, o carinha upava sua arma... Aí você dava tiro mais rápidos e coisas do gênero!

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  4. Esse jogo é épico, talvez não seja tão lembrado por falta de uma música marcante.

    Tenho a teória de que jogos ficam mais marcantes quando tem músicas marcantes: Super Mario e Doom por exemplo.

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  5. Muito bom esse jogo na epoca eu nem ligava pra historia também só queria saber de fuzilar orcs rsrs.Mas lendo aqui ela me parece ser muito foda para epoca que foi feita .

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  6. jogo muuuuito irado, gostei das musicas e da estoria só não gostei do final curto.

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  7. BLACKTORNE SERIA ALMA NEGRA?
    -QUEM NÃO JOGOU TEM QUE JOGAR!
    SÓ NÃO VALE ZERAR COM PASSWORD, POIS É UM EXELENTE JOGO DE ESTRATEGIA.

    AH! GOOD LUCK...

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  8. NÃO AGUENTEI VOLTEI... - Blackthorne se passa no planeta Tuul. Thoros, o último governante, encontra-se em um dilema sobre qual de seus dois herdeiros deve ser o próximo governante. Acreditando que conseguria solucionar seu dilema, Thoros os leva para o deserto e se suicida. Seu corpo transforma-se em duas pedras - luz e escuridão - e ele dá uma para cada um de seus filhos governarem seu próprio reino. O povo da pedra da luz origina o reino de Androth, enquanto que o povo da pedra da escuridão origina o reino de Ka'dra'suul. Porém, enquanto Androth respeita a sua pedra, Ka'dra'suul rejeita a sua, e seu povo acaba sendo transformado em monstros.

    Neste instante, um desses monstros de Ka'dra'suul, chamado Sarlac, cria um exército para combater o povo de Androth. Ao saber da sentença de seu povo, o rei Vlaros, de Androth, com a ajuda do mago Galadril, envia seu filho Kyle Blackthorne à Terra para salvar a sua vida. Vlaros também dá a Kyle a pedra da luz, para mantê-la a salvo.

    Vinte anos depois, Kyle tornou-se um renomado comandante militar e mercenário. Após sair da prisão e enfrentar a corte marcial, Kyle começa a ter sonhos estranhos. Ele é convocado por Galadril a regressar para Tuul e salvar seu povo do domínio de Sarlac.

    GOOD LUCK...

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  9. AH! VOLTEI... BLACKTHORNE NÃO SIGNIFICA ALMA NEGRA E SIM!
    FALÇÃO NEGRO SENDO CONHECIDO TAMBEM POR BLACKHAWK.


    GOOD LUCK...

    ASS: M.ROCHA HERRERIA.

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  10. AH! O FINAL IREI DEIXAR PARA OS LEITORES QUE ZERAR O JOGO



    - BOA SORTE...

    ASS: M.ROCHA HERRERIA.

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  11. Tem alguma manha pra matar o ultimo chefão?

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    1. se abaixe e abuse do rolamento. só assim pra vencer.

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