domingo, 13 de junho de 2010

Vandal Hearts (PSX)

Playstation, o primeiro console da Sony, finalmente aparece por aqui. Pra quem acompanha o Shugames há mais tempo, eu já tinha postado por aqui uma análise do primeiro jogo do Crash, a qual ficou HORRÍVEL, tanto em texto quanto em imagens. Claro, era tudo um teste praticamente.

Agora, com o blog mais conhecido e com mais visibilidade, acho que chegou a hora de começar a falar sobre os grandes clássicos do Playstation por aqui. Assim como o Saturn estreou um tempinho atrás, o PSX também terá seu espaço no Shugames, começando com um jogo que aposto que muitos de vocês conhecem, principalmente os amantes de RPG...




Vandal Hearts fez um enorme sucesso quando lançado, sucesso esse que nunca foi superado por suas sequências (uma pra PSX mesmo e outra mais recente, pras redes do PS3 e X360). O jogo é um RPG tático no melhor estilo Final Fantasy Tactics, outra obra prima do 32 bits da Sony. Talvez a mecânica simples aliada à gráficos agradáveis seja a fórmula vencedora do primeiro jogo. Mas Isso não quer dizer que a história tenha ficado de lado.

Sem entrar em detalhes, posso lhes dizer que tudo gira em torno de conspirações políticas e que nosso herói se vê diante de uma hecatombe de duelos verbais e golpes baixos entre duas frentes governamentais da época. A história inteira do jogo é calcada num passado bastante inconstante, onde os poderes eram comumente trocados entre pessoas que lutavam por seus ideais, algumas egoístas, outras mais generosas. Nisso entra nosso herói Ash Lambert e seu grupo, tentando de alguma forma derrubar o maléfico grupo terrorista conhecido como Crimson Guard, responsável por diversas investidas contra o Império de Ishtarian. Já deu pra perceber que a coisa aqui vai muito mais além de salvar pobres princesas em perigo...


À primeira vista, principalmente nos dias de hoje, podemos dizer que Vandal Hearts envelheceu mal, graficamente falando. Os cenários são pequenos, os personagens na tela são em 2D simples e nada aqui pode chamar tanta atenção da geração atual, acostumada com efeitos visuais fantásticos e tanto carnaval na tela. Vandal Hearts é sim bastante simples. Mas por trás desses pixels estourados existe um charme que só ele tem. O jogo é gostoso de jogar até hoje, nem os gráficos cretinos atrapalham aqui, posso lhes garantir isso. Toda a mecânica do jogo, a jogabilidade envolvente e a história interessante acabam prendendo quem gosta de um bom RPG e dispensa gráficos ultra realísticos.

As lutas ocorrem de forma parecida com Shining Force, apenas dispensando a telinha de combate quando dois personagens executam o ataque. Os cenários, como eu já disse, parecem bem pequenos, mas tem o tamanho suficiente pra que as lutas ocorram sem demora. Existe ainda o fator exploração, com diversos baús escondidos, dispositivos como botões pra acionar armadilhas e abrir portas, obstáculos e tantas outras coisas. Acho que esse era o maior diferencial de Vandal Hearts, as lutas eram divertidas, apesar de difíceis. É muito bacana se aproximar de um inimigo e cortar-lhe ao meio com sua espada, enquanto o sangue JORRA pro alto!!! Sim, sangue, e JORRANDO! Vandal Hearts tinha SANGUE!! Só por isso a Konami merecia um prêmio nesse jogo.

onde mais encontraríamos sangue se não fosse em Vandal Hearts?

Voltando ao assunto, Vandal Hearts é muito difícil. Talvez sua dificuldade tenha sido o principal empecilho pra poucos terem jogado o game, visto que não é raro dar game over logo na primeira batalha. Como em 99% dos RPGs táticos, perder o personagem principal significa ter que recomeçar a luta denovo, o que espantou (e ainda espanta) muitos jogadores na época. Cada personagem pode atacar ou andar em seu turno, visto que os turnos aqui, diferente de Shining Force, são únicos pra tropa inteira. Após executar todas as ações possíveis, basta finalizar e passar a bola pro adversário.

Isso dinamiza o combate, mas formar estratégias acaba ficando em segundo plano, pois o inimigo pode muito bem aproveitar qualquer mísera falha pra armar um contra-ataque fatal. Pensando bem, a estratégia acaba sendo vital em alguns momentos. Existem lutas em que os inimigos não dão trégua, cercam seus personagens e lhe descem a lenha, com flechadas, machadas e espadas vindas de todo canto. Em outras, é preciso livrar alguém de masmorras enquanto tenta permanecer vivo ou até mesmo levar toda a galera do outro lado da tela sem perder ninguém no caminho!! É pedrada, mas o jogo dá uma equilibrada com um sistema de promoção semelhante ao encontrado em Shining Force (denovo ele).

outra novidade é precisar ATACAR um baú para conseguir abrí-lo
ao lado vemos Diego subindo de level

Aqui dá pra promover um personagem após ele alcançar determinado level (acredito que 10). Assim, cada um deles pode seguir por dois caminhos diferentes em sua classe, o que aumenta um pouco o fator replay pra quem gosta de conhecer tudo em um jogo.

O jogo ainda inova bastante quando estamos em cidades ou vilas. Não dá pra controlar um personagem pela cidade como em um RPG comum, tudo aqui funciona por meio de menus, com opções como entrar em lojas, ir até o bar falar com pessoas, obter informações com moradores, etc. Talvez isso tenha sido uma maneira que a Konami tenha encontrado para evitar de ficar desenhando cidades enormes à cada luta vencida. Enfim, é bom dizer que tudo é muito funcional, apesar de simples.

tudo na cidade é por meio de menus, mas o fundo da tela sempre muda

A música de Vandal Hearts é maravilhosa. Desde as melodias mais calmas em cidades até as mais frenéticas em batalhas, todas as canções são grandes exemplos de que hardware não significa nada sem o talento humano. Os efeitos sonoros seguem o padrão do jogo, vozes eu não notei, à não ser na abertura, o que não me faz nenhuma falta, pra ser sincero.

Pra quem gosta de RPG tático e não conhece, Vandal Hearts é quase uma obrigação. Ele tem uma identidade toda própria, personagens criativos e carismáticos, além de uma dificuldade descabelante e batalhas MEMORÁVEIS por conta disso. É um jogo que nos faz lembrar que a Konami era muito mais do que apenas Metal Gear, Castlevania ou Winning Eleven no passado.

Recomendo até aos meus inimigos, hehehe!

RESUMÃO:

+ jogabilidade excelente como um todo;
+ músicas lindas;

+ história muito caprichada e envolvente;

+ batalhas criativas;
+ SANGUE!!;


- podia ser menos difícil;
- tá certo que o jogo é velho, mas ele acabou envelhecendo mal graficamente;


Final Score: 8.5

18 comentários:

  1. PSX cheio de jóias, espero ver mais por aqui =D
    o gráfico desse game lembrou o obscuro Celestial Wars do Mega Drive

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    1. carnage você tem a rom celestial wars??
      pode me passar???

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  2. Esse jogo é ótimo, joguei muito. Gosto muito da sequência também.
    É uma pena que Vandal Hearts ficou na sombra de Final Fantasy Tactics, sendo que esse aqui veio primeiro e não deve em nada em termos de diversão para com ele (em minha opinião).
    Graficamente acho ele legal, sendo que no segundo jogo da série achei mais interessante visualmente. Para minha surpresa, não gostei dos gráficos de Vandal Hearts 3, que para mim parecem "saídos de um cartum estadunidense" (a qual considero os traços um pouco sombrios, fora as expressões muito sisudas), preferia que usassem algo no estilo dos predecessores.

    Enfim, concordo que este é um jogo que deve ser conhecido pelos fãs de "Simulation RPGs", caso ainda no o tenham jogado.

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  3. Shining Force fez escola mesmo. Minha série predileta de Mega Drive, é um verdadeiro pecado o que estão fazendo com ela hoje em dia. Sou fã de RPGs tactics, e nunca joguei Vandal Hearts. Na verdade, são pouquíssimos jogos de PSX que eu joguei. Vou ficar de olho nas reviews de PSX aqui pra ficar de olho nos melhores jogos pra jogar - não apenas os mais famoso ^^

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  4. Devo a mim mesmo jogar um RPG tático até o final. Como sou fã do Mega, deveria começar pelo famoso Shining Force, não? Pecado Gamístico de gênero :D

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  5. @Max
    Celestial Wars é boa uahauhauahauhau!

    @Eduardo
    Eu vi alguns vídeos e imagens desse Vandal Hearts 3, mas já no segundo game a Konami pisou feio na bola, simplificou demais os personagens, tirou toda aquela identidade impressa do primeiro game, ou seja, avacalhou tudo.

    @Heider
    Pode ficar tranquilo, como é de praxe no Shugames, procuro focar em jogos menos conhecidos, apesar de falar de grandes clássicos também.

    Os jogos obscuros tem um espaço maior no blog justamente por isso: serem raros e ótimos.

    @Eric
    Shining Force é ÉPICO, se quiser um aperitivo, basta acessar o retronado que fiz dele no passado, ali na barra lateral.

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  6. Estou com a ISO dele no meu PC. Jogarei assim que tiver tempo. Adoro jogos de estratégia, tabuleiro-like... :)

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  7. O Super Nintendo está para games de RPG's assim como o PlaystationX... Em pensar que a Sony estava desenvolvendo um periférico para a nintendo para pegar CD's, já pensou se tivesse rolado, a Nintendo teria se dado bem mesmo ela não estando mal hoje!

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  8. Legal o post, Cosmão. Você expôs muito bem as peculiaridades do jogo, parabéns.

    Tenho uma certa curiosidade com esse jogo, porque sou fã de RPGs táticos. Qualquer dia pego para dar umas partidas.

    Esse lance do jogo não envelhecer bem graficamente é típico do primeiro Playstation. Nessa época os jogos 3D estavam começando a pegar mesmo, então a tecnologia era bem rudimentar. Ao contrário dos sprites de consoles antigos, que podem ser charmosos, dificilmente modelos poligonais primitivos conseguem ser bonitos.

    Show de bola o blog, tá cada vez melhor.

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  9. Nunca joguei este, mas o fato de ser inspirado em Shining Force é uma boa referência, embora as cenas de batalha e a alternância de turnos entre os personagens da equipe - características marcantes do Shinig Force - estejam ausentes.
    Shining Force inspirou muitos jogos de estratégia e outros tipos de jogos como a série Pokemon do Game Boy - um dos maiores sucessos de venda da história da Nintendo. Pena que a própria Sega não tenha dado a continuidade adequada à série...

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  10. taí um joguinho q sempre quis jogar e desistia no meio do caminho. Com tanto jogo na minha lista acho q esse vai acabar ficando pra trás ;~~

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  11. I loved this game!!!
    A great piece from Konami!
    Very nice post!
    Ciao from Italy :D
    Nice blog!!!!!!!!!!!!!!!!

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  12. Até mesmo por ironia, nunca joguei Vandal Hearts, apesar de conhecer o jogo.

    Ironia porquê um dos meus RPGs preferidos de todos os tempos é um jogo não tão conhecido de Psx chamdado Azure Dreams, praticamente um irmão espiritual de Vandal Hearts.

    Como curiosidade, Azure Dreams também é da Konami, os gráficos são bem parecidos com Vandal Hearts, inclusive. Mas o que me faz gostar tanto deste RPG da Konami é o seu sistema de jogo, único, parecido com nada na história, a não ser Vandal Hearts.

    Tão diferente que eu costumo dizer que Azure Dreams é um "RPG-Action em tempo real por turnos (hum?!?), com elementos de estratégia e captura e criação de monstros (a la Pokemon).

    Ah sim, grande review!

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  13. Conheço e nunca joguei, mas apos a cena sangrenta ali, concerteza irei jogar!

    Adoro estrategia, depois de FFT, jogo qualquer titulo desse gênero sem medo.

    Excelent post cara :D

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  14. Lembro quando ele foi debulhado no Stargames, que saudades daquela época! ;;

    Quando criança acabei pedindo um N64 pro meu pai e fui sofrendo depois com a falta de RPGs, Vandal Hearts foi o que mais me chamou atenção na época,

    Ainda uma outra história bacana com o jogo, lembro que antes da banda larga de se popularizar por aqui, estava em algum fórum comentando sobre o jogo e uma pessoa que nem lembro quem era se colocou a disposição pra mandar um cópia pra mim, fiquei até espantado tamanha boa vontade =)

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  15. Ta ai um jogo fantastico que descobri por acaso na casa de um amigo ele estava ali, no meio de muitos jogos disponiveis.Foi ai que eu vi ele o que me chamou atenção ,foi sua capa bem feita e depois o jogo que é maravilhoso.Apesar de ser uma baita jogo realmente ele é muito dificil, tem que ter muita noção no que vai fazer e analisar o movimento a cada rodada .Esse sim tive o maior prazer de fechar sua historia é muito foda .
    E´uma pena que a continuação dele não chega aos do primeiro viu .

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  16. Olá amigos, tudo bem? Conheci esse jogo na casa de um colega da rua que tinha playstation e eu não tinha. Quando ele chamou a mim e mais 4 amigos para mostrar o jogo ele mostrou a parte onde tem a Eleni e o Huxley. Quando vi a trilha sonora, e as pedras voando quando os monstros eram destruídos, fiquei de boca aberta! Um jogo de RPG em um tabuleiro virtual onde tudo era calculado automaticamente? Era incrível! Um tempo depois eu tive um amigo que tinha playstation e eu fui ao camelô comprar o jogo pirata pra poder ir na casa desse meu amigo, que não tinha memory card pra poder jogar e ver até onde eu poderia ir. É claro que esse meu amigo ficou de saco cheio de eu ir lá todo dia jogar. kkkkk, sem noção é foda!
    Enfim comprei meu ps1 e zerei rapidamente. Hoje em dia ainda o jogo em meu Z2 da Sony (celular). Tenho um emulador caprichado e jogo todo dia! Estou tão viciado que descobri até um bug pra upar de lvl com todos! E hoje descobri também que dá pra fazer várias trials. Nem sonhada que existia isso. E ainda vou procurar descobrir pra que servem os 3 tesouros e a pedra de Mithril.
    Abraços!

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    1. Pessoal. Qualquer coisa, se alguém quiser trocar ideia é só mandar um e-mail.
      dariuscyclone3@hotmail.com

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