terça-feira, 10 de abril de 2012

Brandish (SNES)


Uma coisa precisa ser dita: os sistemas antigos escondem verdadeiras jóias secretas. Digo isso tanto pelo game da semana passada, Brain Lord, o qual muita gente sequer conhecia (eu incluso) e também pelo game dessa semana, Brandish.

Diferentes entre si, mas compartilhando da mesma temática e também do fato de serem praticamente esquecidos por esses lados, Brandish ainda transpira um ar tão antiquado que poucas pessoas devem conhecê-lo, tão pouco gostar dele. Mas, talvez devido à esse mesmo motivo, esse game acabou chamando minha atenção como poucos..


A história de Brandish gira em torno de um lugar chamado Berymia, um condado protegido por um dragão que vive numa torre gigante, livre de qualquer perigo. Certo dia, o rei Berebus, muito descontente com tanta alegria e prosperidade (e com uma ganância enorme), tem a brilhante idéia de expandir o reino. Para tal feito, ele ordena suas tropas a subir na torre, destruir o dragão e tomar seu poder. Entretanto, seu plano acaba não dando muito certo, pois o enorme poder do dragão acaba por amaldiçoar Berebus, transformando-o num monstro incontrolável. Só que não foi somente ele quem sofreu as consequências, TODA Berymia, inclusive a torre, acabou afundando num mar de areia.

Certo dia, um guerreiro chamado Varik, que batalhava com sua rival Alexias justamente SOBRE as ruínas de Berymia, acabou sendo tragado junto com ela para as profundezas do que restou do condado... Agora o objetivo é sair vivo no controle de Varik desse lugar amaldiçoado e, de quebra, descobrir aos olhos dele como tudo isso vai terminar. A história do jogo é bem diferente da maioria dos RPGs do tipo "salve o mundo", o que emprega uma boa dose de variedade ao gênero. Varik ainda vai encontrar Alexis várias vezes durante a jogatina, o que acaba intrigando ainda mais o jogador.

Sobre o gameplay, o game faz uma salada de estilos gráficos e mecânicas de vários jogos conhecidos, como os labirintos de Phantasy Star, o sistema de "locomoção" de um Dragon Quest, as lojas espalhadas em um labirinto enorme de Shining in the Holy Ark, um robusto sistema de magias inspirado nos melhores action-RPGs e até mesmo itens e habilidades claramente inspiradas em Zelda e Alundra.

se no começo já parece meio diferentão, espere até virar o personagem na tela...

À começar pela movimentação do personagem, o que faz com que toda a perspectiva da tela acompanhe a frente do personagem. Difícil de entender? Sim, mas ao jogar tudo fica mais simples após alguns minutos. Todo esse movimento da tela tem uma função: mostrar ao jogador que qualquer parede do jogo pode esconder desde botões, baús e portas escondidas. É como se Varik rodasse dentro do cenário, mas, visto de cima.

lojas para comprar magias caríssimas e o menu de itens do jogo
o número do lado do item corresponde à sua durabilidade ou, no caso de itens usáveis, a quantidade

Basicamente, Bradish é um dungeon crawler, um game onde você passar 100% do tempo explorando labirintos enquanto trava batalhas contra os seres locais. À cada andar, novos inimigos, novos obstáculos, itens e toda a sorte de dificuldade vai surgindo, tudo pra tentar impedir o progresso do jogador.

Nesse ponto, Bradish é bem bacana. Apesar da dificuldade inicial pra se acostumar com a movimentação do personagem, todo o resto acaba compensando os mais insistentes, pois aqui existe um jogo focado na exploração e uso dos itens. Tais itens vão desde as mais variadas chaves até itens de cura, para recuperar MP, armas, escudos, armaduras entre tantos outros. As armas aqui também são diferentes de outros jogos: elas tem durabilidade, mostrada pelo número que acompanha cada uma delas. Gastou tudo, acabou, ficou na mão.

baús estão espalhados por todo canto, assim como outros objetos e até personagens

 O sistema de interação com o cenário também é diferente: ao apertar o botão, uma mãozinha surge e é preciso aperter denovo na direção da porta/objeto para que Varik abra/pegue ou interaja com o mesmo. Há também a opção de se checar o lugar ou objeto antes de coletá-lo, usando o desenho da lupa através do botão L/R do controle. No mínimo, inusitado é o que se pode dizer desse sistema.

A dificuldade d Brandish vem basicamente da paciência do jogador em explorar o labirinto quase sem fim. Para tal, entretanto, há um útil mapa que mostra desde baús até as portas e o caminho que já foi explorado pelo jogador, bem ao estilo Metroid. O game recompensa o jogador que tem por instinto fuçar cada canto do cenário com armas melhores, itens de cura e até anéis que evitam a morte.

ao contrário de muitos RPGs, aqui dá até pra bater um papo com os vendedores 
e muitos deles dizem coisas interessantes e úteis
ao lado, Varik saltando entre buracos quase fatais...

Os gráficos do jogo, assim como o supracitado Brain Lord, são simples e eficientes. O cenário é praticamente o mesmo do começo ao fim, mostrando uma caverna cada vez mais labiríntica, além de inimigos que voltam à todo momento e um protagonista que, apesar dos pesares, pode saltar, defender e atacar sem quaisquer problemas com os controles. O som é um pouco enjoativo, pois não varia muito, o que não ajuda na exploração exaustiva do cenário.

atacando um inimigo e encontrando Alexis pela primeira vez...

Pra quem gosta de dungeon crawlers e é fanático por RPGs mais simples, Brandish pode agradar muito. A perspectiva que os produtores deram ao game com certeza é digna de mérito, pois além de diferente, não é um mero cosmético, é eficiente na busca por saídas e itens no jogo. Com certeza, é um game que vale muito a pena "perder" algum tempinho aprendendo seus macetes!


Resumão:
+ o sistema de câmera realmente me surpreendeu;
+ os itens que se gastam e o limitado espaço, obrigando o jogador a ter um bom gerenciamento do que levar ou jogar fora;
- as músicas poderiam ser melhores;
- poderia ter cenários mais variados;

Final Score: 6.5

10 comentários:

  1. Outro jogo que eu curtir pra caramba quando eu vi na mesma revista citado no outro post sobre o Brain Lord .Vi uns videos e achei bem interesante esse é outro jogo que pretendo pegar para jogar quando tiver um tempo sobrando .

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  2. Minha história com esse é praticamente igual a do Brain Lord. Fuçando a roms, joga um pouquinho suficiente pra lembrar o nome, e um jogo bem diferente e divertido. Boa Cosmão, tá desencavando uns jogos bem legais.

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  3. A capa do jogo me lembrou bastante o anime Record of Lodoss War. Snes deve ter as capas mais belas de RPGs. Deve ser legal, mas me passou a impressão de ser meio repetitivo. E gigante. Vai pra lista de jogos pra testar com afinco um dia...

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  4. Valeu Cosmão,eu sempre quis saber melhor sobre esse game,lembro de ver a capa dela em uma revista de games americana quando era pequeno.

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  5. eu nao joguei muito o 1 maas o 2 expert eh bem melhor eu quaase zerei..mas traavei numaa parte muito treta ....

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  6. Caso quiserem baixar o jogo, estará disponivel no meu Blog: http://gameclassicosbr.blogspot.com/

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  7. Brain Lord possui puzzles sem lógica, o que me fez desistir de jogar, o último foi aquela sala com três interruptores que deveriam abrir a porta mas não o fazem, pra abrir é necessário apertar triângulo na frente da porta?! Essa foi a gota d'água, o triângulo não serviu pra nada até esse ponto e do nada vc tem que usar ele!? Rodei como um maluco e não descobri, e desisti de zerá-lo. Não o recomendo. Para quem não se importa em "filar" detonados, boa sorte... Comecei agora o Brandish, requer um tempo de adaptação mas consegui pegar o jeito ainda na primeira área, me parece bom.

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    Respostas
    1. Acho Brainlord fantástico. Mas alguns puzzles pedem paciencia mesmo.

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    2. Acho Brainlord fantástico. Mas alguns puzzles pedem paciencia mesmo.

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