quinta-feira, 5 de junho de 2014

Holy Diver (NES)


Na minha caçada para formar os sets completos dos sistemas que mais gosto, me deparei com muita coisa ruim, muito jogo bizarro e muito jogo bom que quase ninguém conhece. Holy Diver se encaixa nessa última categoria.

Sendo escolado em Castlevania, Holy Diver deixa uma ótima impressão em vários quesitos, podendo agradar desde os que gostam da amada franquia da Konami ou até mesmo os que não suportam chicotes, mas adoram uns "hadoukens" e poderes voando pelo ar...

Holy Diver foi concebido e lançado em 1989, para Famicom. Seu jeitão Castlevania deixa bem claro que o game não é nem um pouco piedoso, mas as "recompensas vem para os que lutam por ela", já dizia o profeta. Com algumas diferenças bem bacanas, o jogo passou quase que totalmente desconhecido por essas terras, já que foi lançado apenas no Japão.

Se o idioma significa algum empecilho, saibam que ele não é necessário para que possamos apreciar essa obra da Irem. Sim, a mesma Irem que nos presenteou com a série R-Type.


Tiros espaciais à parte, a história de Holy Diver envolve muito misticismo em torno de figuras maléficas como satã, bestas, demônios e muitas referências à artistas do heavy metal, como Ozzy, Dio, Randy Rhoads entre tantos outros. Seu próprio personagem é nomeado como Ronnie, em clara referência à Ronnie James Dio. O próprio nome do jogo deixa a óbvia impressão de que estamos jogando algo com os dois pés fincados nas raízes do heavy metal. Ronnie usa uma vestimenta muito parecida com a que os integrantes do Kiss usavam em seus shows, só pra se ter uma idéia.


a roupa do Ronnie já denuncia que os criadores são headbangers de carteirinha

O objetivo de Ronnie é banir de vez o Black Slayer, o poder maléfico que tomou conta do lugar. Para tal, ele fará uso de diversos tipos de poderes conseguidos ao se derrotar os chefes das fases. Cada poder é único e proporciona habilidades de extrema utilidade para Ronnie. O poder de congelar a tela, por exemplo, permite que o personagem ande em lagos de fogo ou congele cascatas de magma para que ele possa quebrar o gelo para abrir passagem e seguir viagem sem levar nenhum dano.

O visual do jogo é outro ponto que lembra bastante o game da Konami. Desde o design das fases até o jeito que o personagem se comporta ao levar danos e atacar, os inimigos e até efeitos sonoros. Apesar de parecer tanto, Holy Diver consegue se diferenciar quando a questão é a jogabilidade em si. Ronnie dispara projéteis de suas mãos para se defender e atacar os inimigos, diferente de Simon Belmont e sua turma. Seus ataques mágicos são medidos por uma barrinha de mana numerada, assim como sua barra de HP. Ambas podem ser preenchidas coletando-se esferas azuis (mana) ou corações (energia). Se perder toda a energia, Ronnie perde uma vida e, perdendo três, poderá gastar um continue.


o primeiro chefe já dá indícios da dificuldade que virá
a segunda fase já te prepara para usar de forma correta as opções de magia: congelar esses olhos no alto é a única alternativa que encontrei para saltar em segurança nesse ponto

A dificuldade do jogo reside basicamente em planejar seus ataques e decorar os ataques inimigos também. Cada inimigo age de uma forma, o que te abre possibilidades para enfrentá-los de modo a perder o mínimo de mana e energia no processo. Sabendo que tais elementos são raros de serem encontrados, economizar mana e se resguardar de ataques inimigos é o melhor negócio aqui, pois, diferente da série Castlevania, onde os corações eram encontrados aos montes em velas, a mana em Holy Diver raramente dropa de inimigos e de blocos quebráveis no jogo, se tornando um recurso escasso em pouco tempo.

Holy Diver tem uma trilha sonora básica, com uma música tema pra cada área do jogo e pros chefes. Falando neles, todos tem um belo design e um arco de dificuldade alto, sendo que no segundo boss, com toda certeza do mundo, você vai sofrer pra vencer. Novamente, chegar nos chefes com alguma quantidade de mana pode ser decisivo na luta.


o uso da magia de gelo em fases com lava é extremamente indicado
ao lado, o segundo boss, que exige uma certa manha para atacar sem perder muita energia

Apesar da dificuldade, o game é bem gostoso de se jogar. O aprendizado nesses jogos antigos do Nes principalmente requer muitos game-over e muitas tentativas até aprender como vencer os inimigos sem levar dano ou gastar muita mana, como é o caso de Holy Diver. Saber usar sabiamente algumas das magias também é crucial, visto que alguns inimigos não congelam com a blizzard, te obrigando a traçar outras estratégias e até mesmo usar o cenário à seu favor.


exemplo de uso do cenário, aqui o inimigo não te alcança se ficar desferindo ataques sem parar

Por essas e outras, Holy Diver é um game bastante competente que, infelizmente, poucas pessoas puderam jogar na época. Recomendado!

Resumão:
+ visual muito bom;
+ a jogabilidade é o chamariz do jogo;
+ variedade de poderes;
+ heavy metal;
- as músicas poderiam variar mais;

Final Score: 8

3 comentários:

  1. O próprio nome Holy Diver é o nome de uma música do Dio, fiquei curioso neste game pelas referências ao heavy metal.

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  2. Espero que em breve tenhamos alguma resenha de jogo do Mega Drive (de preferência as que eu sugeri XD).

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  3. E´isso mesmo eu ia mencionar sobre esse pequeno detalhe a respeito do nome do jogo cheguei a ver um video dele a muito tempo por acaso no youtube.Vou adicionar o nome na minha lista de jogos a jogar.

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