sábado, 4 de abril de 2015

Metal Slug (Arcades, NeoGeo)



Hoje resolvi trazer um clássico do NeoGeo e dos Arcades, o precursor de uma série que, acredito eu, seja admirada em unanimidade tamanha sua qualidade em (quase) cada jogo lançado: Metal Slug. O jogo, que pega elementos de Rambo, com o jeitão de Contra, misturando humor e uma dificuldade, ao mesmo tempo alta e convidativa, trouxe ao mundo personagens, elementos e músicas que marcaram à todos que puderam contemplar toda a glória dos seus pixels!

Este é o primeiro de uma série que deixou saudades, mas que também deixou impressa no tempo a sua marca, o seu nome, mesmo com excessivas versões que mais aproveitavam a fama do que traziam realmente novidades.




Metal Slug foi lançado em 1996, originalmente para dois sistemas: as placas NEO-GEO MVS para arcades e a NEO-GEO AES, para os sistemas caseiros. A desenvolvedora, Nazca Corporation, formada por ex-membros da lendária Irem (criadora do mítico R-Type), foi englobada pela SNK no mesmo ano, surgindo assim como uma espécie de first-party da mesma. A Nazca ainda iria desenvolver Metal Slug 2 e 3, além da versão para Neo Geo Pocket da franquia. Uma curiosidade sobre a Nazca Corporation é que, entre seus membros esteve o famoso Atsushi Inaba, fundador da Clover Studios e responsável por clássicos como Viewtiful Joe, Okami e God Hand. Atualmente, Inaba é diretor executivo e produtor da Platinum Games. Metal Slug foi portado para inúmeros consoles, portáteis, em coletâneas diversas e, inclusive, até pra celulares.



Bom, com um time como esse, com medalhões como criadores de R-Type entre outros clássicos, só podia resultar num jogo memorável - e assim foi feito. Metal Slug brilha em quase todos os aspectos, tanto técnicos como subjetivos. O jogo tem uma aura de arcade, mas, ao mesmo tempo, remete à jogos clássicos de consoles caseiros, como a série Contra da Konami. É bonito, é difícil mas não chega a ser implacável, não pelo menos nessa primeira versão. Tudo ali é passível de aprendizado, da famosa repetição exacerbada que nos fazia decorar até mesmo o padrão de movimentos de inimigos e das coisas que aconteciam nos cenários. Claro, fazer isso numa época onde jogar nos fliperamas era a única opção (alguém aí conhecia um sortudo com um NeoGeo?) era impossível, mas, atualmente, existem pessoas que terminam o game com uma "ficha" apenas.

A história do jogo conta que um terrível ditador, chamado no jogo de General Morden, junto com sua tropa de soldados rebeldes, iniciaram um golpe de estado, onde a maioria dos governos influentes falharam em tentar detê-lo. Em sua última investida, Morden descobriu um veículo perfeito para usar em sua empreitada: o Slug SV-001, ou, como é conhecido, Metal Slug. Como resposta aos ataques de Morden, a Peregrine Falcon Strike Force enviou seus dois melhores soldados para o local com a missão de destruir todo e qualquer Metal Slug que encontrarem, a fim de deter os planos maléficos do seu uso pelo General Morden. Seus nomes, então, entraram pra história: Marco e Tarma.



Uma das coisas que mais chama atenção em Metal Slug, obviamente, é o visual do mesmo. Cartunesco, o jogo brilha no melhor estilo 2D, onde cada detalhe é minuciosamente representado e animado de forma espantosa até pros dias de hoje. Dá pra ver seu personagem, por mais diminuto que seja, tirar arma e trocar o pente da mesma enquanto anda e atira pra todo lado. Ou ainda quando ele respira, ofegante, no cenário de neve! Dá ainda pra ver as minúscias da movimentação de cada inimigo, de quando ele tira um facão ao ficar sem balas, de quando ele se abaixa ao arremessar uma granada e até do medo deles ao ver você surgindo com uma metralhadora gigante pra cima deles! E isso pra ficar apenas nos inimigos comuns, pois os chefes da série, principalmente nos jogos seguintes, chamam mais atenção ainda.

A jogabilidade dele é simples e deliciosa. Três botões apenas: saltar, atirar e jogar granadas! Seu personagem pode atirar em oito direções, podendo atingir inimigos de longe e embaixo, mesmo com a singela pistolinha inicial. Além disso, Marco ou Tarma podem ainda atacar com uma faca inimigos que estejam muito próximos, o que denota um especial cuidado da produtora em detalhes pequenos, mas que fizeram a diferença de Metal Slug para outros jogos do estilo.

Durante a jogatina, é necessário salvar os reféns, chamados no jogo de "prisioneiros de guerra", ou POWs, pois os mesmos deixam desde armas até itens que dão pontos, o que resultam em vidas extras. O estilo visual desses carinhas, meio parecidos com um Chuck Norris cabeludo, é uma das marcas registradas de toda a série! Entre as armas disponíveis, estão a metralhadora (heavy machine gun!), a rocket laucher e a shotgun, cada uma com um resultado diferente e que pede uma estratégia de uso adequada para o momento.



Além de atirar em tudo que se move e salvar os prisioneiros, o cenário de Metal Slug é quase todo destrutível! Muitas partes com casas, por exemplo, nos permite subir nas janelas ou explodir edifícios inteiros, que revelam desde itens até prisioneiros, além de, claro, inimigos escondidos. Devido à natureza frenética do game, passar desapercebido por detalhes é comum numa primeira jogada. Mas, se parar pra analisar cada elemento dos diversos cenários do jogo, notarão coisas inusitadas como bebês engatinhando, corpos de soldados mortos e até algumas homenagens à cenários conhecidos da turma dos King of Fighters. Esse tipo de "cameo" está muito mais presente nos jogos seguintes da série, onde o papel da SNK na produção dos jogos foi mais forte e incisivo.

Talvez um dos maiores atrativos do jogo seja o fator que dá nome ao mesmo: o tal do Slug. O tanque que passa por cima de tudo, atira pra todo lado, é o objeto cobiçado do inimigo maior do jogo e ainda pode saltar, geralmente é tido como símbolo de toda a série e está presente em todos os jogos. Neste primeiro, temos apenas o tanque Metal Slug SV-001, simples e eficaz, mas nos jogos seguintes incluíram uma cacetada de novos veículos, alguns bem bacanas como o avião SVF-07V Flyer, o Level Armor (uma armadura de guerra) e o Slug Giant, que aparece no Metal Slug 7 para Nintendo DS. Quase todos eles tem um limite de energia e, antes de explodir, emitem um aviso para que o jogador se lance do veículo para salvar sua vida.



O som do game não fica atrás: a qualidade sonora presente desde as músicas, a grande maioria inspiradas em temas e batidas militares, até as vozes, tanto dos soldados como dos heróis Marco e Tarma, são de uma qualidade invejável. Gritos de soldados morrendo, explosões, tiros zunindo, tudo embalado por uma música frenética e temática, dão o tempero final à obra. A trilha sonora de Metal Slug está entre as mais importantes de toda história dos videogames, merecidamente.

Bom, não há mais muito o que ser dito desse clássico, tanto do NeoGeo quanto dos arcades. Metal Slug é um jogo que precisa ser jogado de tempos em tempos, seja pra relembrar suas fases, suas músicas ou pra simplesmente tentar se superar, terminar com uma ficha, que seja! É um daqueles games atemporais que raramente aparecem. Apesar da produtora ter feito inúmeras continuações até abusando um pouco da fama que o jogo tinha (um fator que acontece com várias franquias de sucesso, como vimos antigamente com a série Tomb Raider e vemos atualmente nos games da série Assassin's Creed ), nem isso tira o brilho do jogo original.

Metal Slug vale a pena ser jogado sempre!

Resumão:
+ visual estonteante
+ jogabilidade frenética;
+ músicas memoráveis;

Final Score: 10

7 comentários:

  1. conheci o primeiro jogo em uma locadora que frequentava perto de casa há muitos anos atrás e desde então zerei tantas vezes todos os jogos que perdi a conta mas o meu preferido é o 2.

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    1. Só tinha um bar na minha cidade com esse jogo, era disputado a tapas na época hehehe!

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    2. Jogo muito curto.De resto ,é um excelente jogo .Foi o unico q consegui terminar com uma ficha, so perdendo uma vida.

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  2. Bom artigo. Lembrando que muitos efeitos sonoros foram reaproveitados de um jogo chamado "Gunforce 2" que é um game da saudosa Irem, citada no texto.

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    1. Exatamente. Não citei no texto pra não me alongar muito, mas GunForce 2 é praticamente um ancestral de Metal Slug.

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  3. Po, esse jogo é um clássico. Um dos melhores de todos os tempos, muito moleque de dez anos iria gostar.

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  4. Esta é a versão que mais joguei no meu psone na época era demais pilotar o tank e sair atirando nos soldados eu até tenho aquela versão com todos os Metal Slug pra ps2 que é show de bola.

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