domingo, 29 de abril de 2012

Little Samson (NES)


Com tantas jóias perdidas nos 8 bits, muitas vezes acabo me deparando com jogos como Little Samson que, apesar do teor infantil, escondem um desafio gradativo e um visual que rivaliza com os todos poderosos da época, como Mario ou Sonic. Little Samson é mais ou menos assim, um game de plataforma caprichado, com ótimos gráficos, uma boa variedade de personagens e um desafio cabeludo camuflado pelos personagens fofinhos.

Sério, as últimas etapas do game são tão difíceis que eu fatalmente as compararia com alguns estágios de Megaman ou até mesmo Yo Noid...

Antigamente, um príncipe do mal ressucitou e, como de praxe em 99% dos jogos, resolveu tomar o mundo para si. O rei vendo todo o alvoroço em torno disso, ordenou que os 4 guerreiros ancestrais fossem até lá e dessem um jeito no cidadão maluco.


Tais guerreiros, por sinal, não são cavaleiros armados com espadas, fuzis, que fazem uso de magias carnavalescas ou qualquer coisa parecida, e sim, 4 criaturas distintas e totalmente diferentes entre si, o que agrega ainda mais à este título tão esquecido do Nintendinho...


Após essa pequena intro, o jogador deve levar cada um dos quatro até o reino, onde serão instruídos sobre o que está acontecendo e finalmente o game tem início. Apesar da originalidade da introdução, as fases únicas para cada personagem servem mais pra se acostumar aos comandos de cada um deles do que pra qualquer outra coisa. Dessa forma, temos:


Little Samson: o guerreiro que dá nome ao jogo é também o mais ágil, apesar de não ter uma boa resistência. Samson pode escalar paredes e tetos, bem como atirar projéteis com as mãos para se defender, além de ter um estiloso pulo com rodopio;



Kikira the Dragon: o dragão do game é também o único ser que pode voar por alguns instantes, lhe dando uma liberdade sem igual no jogo. Kikira cospe fogo pela boca e também pode carregar o tiro para uma rajada mais forte;



Gamm the Golem: o monstro de pedra é, naturalmente, o mais forte da trupe. Seus socos podem ser disparados tanto na horizontal quanto na vertical e ainda tem a vantagem de seu braço dar uma boa esticada. Gamm também é o único que pode andar sobre espinhos;



K.O. the Mouse: K.O. é o ser responsável por entrar nos mais estreitos buracos em busca de itens ou da saída de certas fases, além de escalar todo tipo de parede ou teto. O simpático ratinho dispara bombas, o que às vezes não é a melhor alternativa contra inimigos;



Com um seleto e variado time desses, o jogo só poderia agradar. E agrada mesmo! Após a fase introdutória, o jogador é livre para escolher com qual personagem deseja jogar e trocá-lo à qualquer momento. Cada um deles possui uma barra de energia única, podendo ser completada ao se encontrar corações e aumentada quando se pega corações dentro de bolhas pelas fases. Vidas também são abundantes no game, mais ou menos como acontece com Megaman: mate vários inimigos que, possivelmente, um deles vai tropar uma vidinha esperta.

Samson se arriscando nas alturas e Gamm no meio de cogumelos espinhosos

Outro item que pode ser encontrado também é o frasco que repõe a energia caso esteja numa situação crítica. Esse item pode ser guardado, mas no limite de um por personagem, o que garante boas chances contra os mestres. Falando neles, a dificuldade progride de forma absurda nos chefes. Alguns lá pelo final do game dão um trabalho enorme tanto para descobrir seu ponto fraco como para desviar de seus ataques. Tendo um time com variadas habilidades e ataques diversos, às vezes é preciso ficar trocando de personagem até achar um que se encaixe melhor na luta.

Gamm e Kikira enfrentando alguns dos chefes

Os gráficos do jogo são lindos, com um destaque especial pra animação dos personagens. Samson, principalmente, tem uma animação fluída e muito bem feita, que rivaliza com muita coisa da época feita pela própria Nintendo. Os outros personagens seguem no embalo, mas fica nítido o esmero com que trataram o personagem principal do jogo. As fases possuem um belo design, com muitas passagens onde é preciso trocar de personagens, outras onde Kikira precisa passar apenas voando, algumas com bifurcações no subsolo para K.O. explorar e por aí vai. Todas elas são temáticas e variam conforme o avanço do jogador, indo desde jardins até castelos repletos de inimigos chatíssimos.

K.O. deslizando pelo teto do castelão 
e uma telinha mostrando a troca de personagens durante o jogo

As músicas tem um fator interessante também: são diferentes para cada personagem escolhido, o que pode soar como bom ou ruim. Bom pela inovação que os produtores deram, ruim pela repetição da mesma música toda hora, o que muda quando se alcança algum chefe ou parte de alguma fase.

uma das fases mais difíceis, juntamente com um dos chefes mais chato também...

No fim, Little Samson é mais um daqueles jogos que são raros hoje em dia. Já li relatos de pessoas que encontram o game para compra por preços exorbitantes, o que o rotula como um dos grandes clássicos esquecidos no NES. É por isso que eu sempre digo: ainda bem que inventaram os emuladores...

Resumão:
+ o jogo tem um belo visual e animações muito bem feitas;
+ os controles simples são um convite à diversão;
+ desafio descabelante, mas nada apelativo;
- as músicas poderiam ser mais variadas;

Final Score: 9

15 comentários:

  1. belo Review Cosmão, esse Little Samson parece bacana e já o baixei, quando joga-lo amanhã, digo o que penso dele.


    e concordo, abençõe o cara que inventou o primeiro emulador. e que não venha ninguém acabar com eles...

    esse Moacyr tem umas ideias bestas, eu lhe digo....

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  2. eu o joguei, as fases introdutória de cada herói é bacana mesmo. só achei tensa a batalha contra Kikira. eita dragãozinho chato, mas o game é melhor do que eu pensava, vou zera-lo na certa.

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    1. Se vc já achou a batalha contra Kikira complicada, espere até ver os chefes seguintes... Alguns dão um trabalho enorme e requerem que o jogador decore seus ataques para poder desviar e poupar energia de cada personagem, fora a troca constante entre eles.

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  3. Cara que jogão esse viu lendo esse post nunca tinha visto ele nas revista de games dos amigos que colecionava está ai uma jóia rara hein vou baixar concerteza .

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    1. Cara, eu também não lembro de ter visto esse jogo em nenhum lugar, descobri há algum tempo fuçando nas roms e visitando alguns fóruns de jogos velhinhos.

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  4. Pela sua descrição do jogo, ele parece Kirby! Todo fofinho, visual infantil... e nada fácil!
    Nunca nem tinha ouvido falar de Little Samson, mas minha vida gamer sempre foi puxada pra SEGA, então conheço muito poucos jogos de NES e os que conheço nem cheguei a jogar muito. Mesmo com emuladores (não tenho paciência pra jogar no PC). E este parece ser bem "underground", aí que eu não iria conhecer nunca.
    Mas enfim, comparar com Yo Noid e Megaman me deixa um tanto quanto assustado, o jogo deve ser BEM difícil mesmo!
    Esse lance de troca de personagens me lembrou um jogo do console rival da época, Psycho Fox (Master System). É mais ou menos nesse estilo? Tipo, fases construídas pra que vc utilize todos os personagens e tal?
    Muito bom o review, me deixou curioso pra conhecer o jogo!

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    1. Gamer Caduco, obrigado! Eu também só tive consoles da Sega, jogava NES em um amigo, mas pude conhecer muita coisa boa e clássica do console, como Mario, Megaman e tantos outros.

      Bom, Little Samson lembra sim Psycho Fox, mas um pouco mais difícil e com fases melhor elaboradas. O fato de cada personagem ter sua barra de energia e poder enchê-la dá um tom de estratégia, diferente de Psycho Fox. O modo de usar cada um também lembra o clássico da Sega, mas a utilidade é mais única. Você passa a maioria das fases iniciais ou com Samson ou Kikira, raras são as vezes em que Gamm ou K.O precisam necessariamente serem escolhidos, à não ser em alguns chefes onde Gamm faz a diferença.

      Quanto à dificuldade, note que eu menciono que apenas nas fases avançadas a coisa fica feia, nas primeiras etapas o jogo é leve e fácil, o que serve talvez pra camuflar o inferno que são as fases seguintes.

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  5. Boa Cosmão, conheço muito pouco sobre a biblioteca do Nes. Definitivamente esse será jogado.

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  6. A fase do cogumelo aparece no pirata Kart Fighter como cenário :)

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  7. Parabéns pelo Seu Blog não imaginava achar um review sobre esse jogo.
    Vi ele numa revista dos anos 90 em 2005 lickle se não me engano, realmente e um ótimo game.

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  8. Este comentário foi removido pelo autor.

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    1. Usar ou não usar emulador dá no mesmo. Joguei vários jogos no Turbo Game e ainda repito a dose hj e n veja diferença alguma, a não ser q jogo pelo teclado. Emulador é uma das mais brilhantes ídeias que inventaram no mundo dos games, como citou o amigo, anteriormente. Save state nem deveria existir em emulador, acho esse o único ponto falho nele.

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  9. Nossa cara que jogão. Não conheci, lendo aqui me interessei. Bem desafiador ele e divertido. A batalhas com os bosses são muito bem elaboradas, onde requer persistência para vencé-los. Matei a boss Ninfa (ou sereia, n sei ao certo). Com certeza ainda vem mais desafio por aí.

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  10. Cara! Que jogo!
    Tô esperimentando ele agora aqui!

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  11. O que ha de errado nessa imagem?
    http://uploaddeimagens.com.br/imagens/little_samson_erro-png
    :-)

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