quinta-feira, 30 de maio de 2013

The King of Dragons (ARCADE)




Shugames de volta, dessa vez trazendo um jogo dos arcades, posteriormente convertido para SNES! Trata-se de King of Dragons, um beat'n up medieval com vários personagens típicos pra escolher, cenários variados e uma mecânica diferente no que diz respeito à pancadaria. Como isso? Acompanhem comigo...


Muito se fala em Golden Axe quando se refere ao King of Dragons. Alguns até o associam ao famoso jogo da Sega, dizendo que se trata da "resposta" da Capcom ao clássico da Sega, onde personagens medievais lutam para recuperar um machado de ouro e devolver a paz ao reino. Sendo resposta ou não (até porque não faz o menor sentido), a única coisa que ambos os títulos dividem, além da temática, é o fato de ter dragões e cavaleiros no mesmo jogo, além de um bárbaro para escolher.

King of Dragons conta a história de um grupo de guerreiros com a missão de destruir o Red Dragon e seus seguidores, devolvendo a paz ao reino. É o famoso plot do salve o mundo, mas com temática medieval. Pode-se esperar muitas magias, espadas, flechas e porrada, muita porrada.


a tropa e o fighter descendo a espada nos orcs

O game reserva um time de 5 personagens à livre escolha, algo até mesmo difícil de se ver em um beat'n up. Cada um deles possui forças e fraquezas em determinados pontos. O anão, por exemplo, pode evitar ataques altos bem como possui uma das maiores defesas do jogo. O guerreiro (Fighter) já concentra sua principal característica em sua força de ataque, além de rapidez e alto ganho de HP por fase. Ainda temos o clérigo, que usa maças e martelos, e é um dos personagens mais pesados e fortes, além do arqueiro elfo e do tradicional mago, que não poderiam faltar. O mago, por sua vez, na minha opinião, é o mais forte do jogo, fazendo uso de seu cajado e conjurando magias nos inimigos, muitas vezes mortais. Como todo mago, no início ele é bem fraquinho, mas rapidamente ganha níveis e melhora drasticamente.


o clérigo é um bom personagem, mas lento devido ao seu peso

Aliás, tocando nesse assunto, aqui é possível (e obrigatório) elevar o nível dos personagens, bem como conseguir novas armas e escudos. O ouro coletado nas fases e a quantidade de inimigos mortos dão experiência, fazendo o personagem alcançar novos levels, ganhando assim mais força, defesa, pontos de vida, etc, tudo como manda a cartilha de um RPG. À cada final de fase, sua barra de vida aumenta, o que dá mais chances na fase seguinte.

Atrelado à esse assunto está o sistema de combate do jogo, e é aqui, na minha humilde opinião, que o jogo derrapa. Tudo é simples ao extremo. Não que eu goste de complicações, principalmente num beat'n up, onde a simplicidade é a regra, mas pra um jogo desse naipe não existir um sistema de combos é quase um pecado. Seu personagem ataca somente uma vez por "aperto de botão", o que não torna possível encadear ataques num mesmo inimigo, anulando a prática de um combo, por exemplo.



Isso, além de tornar o combate bastante repetitivo, acaba deixando o jogo com cara de inacabado. Um sistema de combos aqui cairia muito bem, já que muitos aspectos do game são bem competentes. O visual, por exemplo, está entre um dos melhores do gênero. Apesar da escassez de magias cheias de visual colorido na tela (o que acontece, por exemplo, em sua contraparte Golden Axe), os personagens tem um tamanho razoável e os cenários são bonitos. Não espere muita variedade de inimigos, muito menos de chefes, pois se trata da Capcom, mas o visual do jogo como um todo é competente.



Um segundo fator que me incomodou é o fato das fases serem CURTÍSSIMAS. Espanca-se umas duas dezenas de inimigos e, voilá, chefe à vista. Talvez essa tenha sido uma escolha levando em consideração o sistema de combate, simplista e cansativo. Mesmo assim, é um dos pontos que poderiam ser melhores e que só devem ter saído assim pela preguiça de implementar um sistema de combos.


durante o game rolam algumas cutscenes com a história

São, no total, 16 fases corridas, onde rola o tradicional repeteco de chefes, sempre mudando a cor e os deixando mais fortes. A dificuldade é padrão dos arcades da época, onde decorar os movimentos dos inimigos e saber a hora de atacar e defender (personagens com escudo defendem ao apertar o direcional para trás no mesmo instante do ataque sofrido) é primordial para evitar o gasto com fichas. O uso de magias (os dois botões juntos) gasta energia, naturalmente, então, saber poupar e usar nas horas certas também conta muito no final das contas.


King of Dragons é um jogo bom, conta com um multiplayer de até 3 pessoas no arcade (reduzido para 2 no SNES), onde a pancadaria se torna muito mais interessante. Mas é um jogo para se jogar, terminar e encostar (ou não visitar mais o arcade, no caso). Não há quase nenhum atrativo para se terminar novamente, visto que o jogo é repetitivo demais para fazê-lo jogar e jogar sempre, diferente de medalhões da própria Capcom, como Final Fight e Cadillac & Dinosaurs.

Resumão:
+ o jogo tem um visual interessante;
+ boa variedade de personagens;
+ 3 players;
- inexistência de um sistema de combos;
- magias sem apelo visual;
- fases curtíssimas;

Final Score: 6.5

9 comentários:

  1. Terminei esse game com mais um amigo via MAME online e cara...adorei. É muito bom, mas não supera Dungeons & Dragon Shadows over Mystara...porém vale muito a pena. Queria ter jogado na época de ouro dos fliperamas tendo em vista que não é um jogo extremamente difícil como a maioria era então as fichas durariam um pouco mais...
    Ai sim ein Cosmão, ta com o site a todo vapor!

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    1. Pois é, comparando com outros medalhões, este não é lá tão difícil assim...

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  2. Caramba esse jogo eu e meu amigo zeramos esse clássico no Snes nem sabia que tinha em arcade só depois de muito tempo que fui saber.Vale muito a pena jogar baixei uma versão desse jogo em OpenBor desse jogo que você vai evoluindo mais seu personagens e tem um mapa bem maior se tiver oportunidade baixe.

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    1. Agora fiquei curioso, vou atrás pra descobrir isso.

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    2. Vou te passar o link do site Cosmão esta aqui beleza.

      http://dungeonsdragons.webcindario.com/openbor.htm

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  3. Me divertia muito com esse jogo (jogava muito com o Arqueiro Elfo), mas comparar com Golden Axe é brincadeira né hehe. Não conhecia a versão arcade, apenas a dos Snes.

    PS: Cosmão faz um análise de Dark Souls, apesar de não ser um retrogames, merece ser citado aqui. Me interessei depois de ler seu post de mais jogados no ano(não lembro o ano). Comecei a pesquisar sobre e me interessei bastante.

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  4. nem sabia que esse game tinha em arcades, apenas zerei no SNES mesmo. era uma cópia do Dungeons and Dragons que não deu certo...ou não. uma vez ou outra me vejo jogando ele novamente no emulador. no MAME deve ser a mesa sensação

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  5. nem sabia que esse game tinha em arcades, apenas zerei no SNES mesmo. era uma cópia do Dungeons and Dragons que não deu certo...ou não. uma vez ou outra me vejo jogando ele novamente no emulador. no MAME deve ser a mesa sensação

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  6. Eu também sou um dos que gostam e muito desse jogo. Eu vejo ele como um embrião da série Dungeons & Dragons, e acho a sua simplicidade bem adequada. Quanto a inexistência de combos, na verdade isso, para mim, não atrapalha, pois, se vc perceber bem, esse é um jogo centrado muito mais no timing (apesar de que, em certos momentos, apertar insandecidamente o botão de ataque dá certo) e de distância para o inimigo, mesmo os personagens que utilizam armas de ataques corpo-a-corpo. E a conversão do SNES é bem bacana, muito parecida (guardadas as proporções) com o Arcade.

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