quinta-feira, 14 de novembro de 2013

Grand Master (NES)

São inúmeros os jogos bons que não cruzaram o oceano ou que não receberam uma versão em nosso idioma. Se até mesmo atualmente alguns jogos não saem da terra do sol nascente, o que dizer de 20, 30 anos atrás, quando a tecnologia ainda engatinhava nesse sentido. Sim, os jogos eram mais simples, mas, traduzi-los e, principalmente, calcular se valeria a pena o esforço, era trabalhoso...

Graças à modernidade atual, contamos com diversas traduções bacanas de jogos, sejam eles atuais (vide a maioria dos lançamentos recentes da Ubisoft, inclusive com áudio dublado em PT-BR) ou antigos, como é o caso de Phantasy Star IV completamente traduzido para o português do Brasil. Enfim, traduções já não são mais novidade, sejam elas vindas de produtoras ou de fãs empenhados. À estes últimos em especial, meus mais sinceros agradecimentos, pois o fazem sem cobrar um tostão.

Foi buscando a tradução de um jogo que descobri Grand Master. Na verdade, eu descobri o game na saudosa Old! Gamer, a revista brazuca de jogos velhos que já deve estar quase na vigésima edição. Pois bem, na edição 9, nosso querido Orakio Rob do Gagá Games cita diversos jogos desconhecidos da galera, a grande maioria dele pertencentes apenas ao Japão. Com quinze minutos de Google, eis que estou com o jogo patcheado no bom e velho inglês.


Grand Master, à grosso modo, é praticamente um Zelda sem as partes de puzzles. Quer dizer, temos puzzles, temos dungeons, temos itens, temos diálogos, mas a coisa aqui é muito mais voltada pra ação com menos explicação. Controlamos Rody na busca por algumas respostas e resgates de princesas raptadas por Dante, o demônio, vilão, malfeitor ou como queiram chamar o rival do herói.



Apesar de se tratar de uma tradução, digamos, caseira, o jogo está bem localizado. Jogos de NES tendem à não dar muitas explicações sobre enredo ou história, salvo alguns jogos como Final Fantasy ou Dragon Quest, e Grand Master não foge à regra da maioria deles. Ele começa e te joga nas costas uma história de rapto de uma moça, provavelmente irmã de Rody, mas aos poucos a história se abre mais e muito mais coisas se mostram estar acontecendo ao mesmo tempo.

O jogo te dá a possibilidade de escolher qual das 5 regiões principais quer explorar primeiro. Aqui cabe um parênteses: todas elas são difíceis, não importa por onde comece. Eu testei todas e, das 5, a que tive melhor êxito foi a região gelada das montanhas. Ali o labirinto é mais simples e com inimigos mais fáceis de desviar. Mas, mesmo assim, sair vivo de uma dungeon é difícil nesse game.


em algumas fases, uma pequena intro é contada antes de entrar na região

Rody conta com uma espada inicial. Seu ataque gira praticamente em metade de sua volta, o que facilita pegar inimigos mais próximos. Conforme avança, novas armas vão sendo encontradas, como machados pra arremessar, maças, outras espadas mais fortes, escudos, cajados para conjurar magias, etc. O jogo tem realmente uma gama grande de itens a serem encontrados, bem como alguns NPCs perdidos nas fases, os quais requerem uma boa percepção do jogador para localizá-los pois são muitas bifurcações. Rody também pode evoluir conforme vai encontrando itens e matando inimigos, aumentando seu HP e MP. Os pontos de experiência que faltam pro próximo level podem ser consultados na tela de pause.


duas telinhas mostrando Rody evoluindo de level

Passada a dificuldade inicial, o jogo engrena bonito. Os cenários oferecem armadilhas, paredes falsas, baús bem escondidos e contam com um chefe no final de cada um deles, o que garante um desafio e tanto vencê-los e sair vivo de lá. Se morrer no processo, terá que repetir tudo denovo, sem choro ou vela. Mas, ao vencer um boss, você é jogado de volta na tela de seleção de fases e pode continuar sua aventura normalmente. Nesse caso, se morrer, voltará ao menu de fases sem perder os itens que conseguiu antes de derrotar o último chefe, o que ajuda bastante a encontrar um bom caminho pra seguir.


a pirâmide no deserto é uma das etapas mais ingratas, 
cheia de armadilhas e esteiras que te empurram para espinhos
a fase das montanhas tem caminhos sinuosos e bem escondidos entre as quedas d'água

O jogo tem um visual bem simples, tendo uma boa apresentação estilo Ninja Gaiden com cenas bacanas, mas com bonecos pequenos, praticamente minúsculos mesmo durante o jogo. Os inimigos são variados entre as fases, mas se repetem à exaustão dentro delas e fazem praticamente a mesma coisa: ou avançam pra cima, ou jogam projéteis. As cores servem para diferenciar os mais fracos dos mais fortes, partindo do azul, verde, roxo, marrom e vermelho, dependendo do inimigo. Uma particularidade bacana é que Rody entra com um visual diferente em cada lugar: vestindo armadura e tudo na parte das quedas d'água, apenas com um uniforme nas pirâmides, parecendo um monge na área congelada, etc, algo bem bacana e diferente pra época.


a tela de pause, útil para checar os itens conseguidos
e, ao lado, a tela de escolha de fases, bem simples e direta

O controle funciona bem, apesar da lentidão inicial pra bater nos inimigos. Enquanto um dos botões ataca, o outro serve pra mudar a arma caso tenha outra no inventário. Pausando, dá pra ver o inventário com todos os itens, mas sem a opção de selecionar nada. O som não ajuda muito, achei bem fracas as músicas e repetitivas, algo que não fará diferença se existisse ou não.



Grand Master pode até divertir por um bom tempo, as 5 dungeons oferecem um ótimo desafio de paciência para explorar cada caminho em busca de itens, armas e até NPCs perdidos. Mas, esteja avisado que a dificuldade é bem alta e pode render vários game-overs iniciais até aprender os macetes.



Resumão:
+ um bom action RPG labiríntico;
+ cenas estilo Ninja Gaiden bem feitas;
+ a história não se limita ao "salve a princesa/namorada/amiga", apresentando novas direções ao longo da jornada de Rody;
- visual in-game muito fraco, personagens pequenos demais;
- som em geral ficou devendo bastante;
- a dificuldade inicial com certeza vai afastar muita gente;

Final Score: 6.0

4 comentários:

  1. Hum,mesmo com os problemas que você citou parece um bom game,vou
    procurar.

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  2. Eu baixei esse jogo depois de ler essa edição da Old Gamer 9 e realmente ele é bem difícil não consegui derrotar nem o primeiro chefe do castelo o dragão mas ele vale a pena dar uma conferida viu.

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    1. O dragão eu não consegui também, mas o titan de gelo eu destruí, bem simples, por sinal..

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  3. estava vendo esse no Hardcore Gaming e vem o Cosmão com esse game também? hmmm. deve ser um bom sinal, vou pegar já!

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