Rocky Rodent (SNES)

Quem joga videogame desde criança costuma ter lapsos de memória que trazem alguma boa lembrança da época onde jogávamos sem a menor preocupação, onde tudo era mais simples e nossos consoles não pegavam fogo após horas ligados. Podem ser imagens, algum chefe de fase inesquecível ou até mesmo uma simples música ou efeito sonoro que automaticamente nos transporta até aquele momento mágico.



Em muitos fóruns de games que frequento, nas pastas relacionadas à assuntos retrôs, é fácil encontrar algum tópico sobre "que jogo é esse?", onde o criador lança alguma imagem ou descreve algum game o qual ele não se lembra e os outros vão ajudando até descobrir qual é. E o que tudo isso tem a ver com o game de hoje, Cosmão? Rocky Rodent, por incrível que pareça, aparece na maioria desses tópicos e é por isso que resolvi falar um pouco sobre ele hoje.

Rocky Rodent é um game básico de plataforma, mas com algumas novidades bacanas no estilo. Primeiro, a história dele gira em torno do sequestro da filha do dono de um restaurante famoso. Rocky, que é uma mistura de gato com algum outro bicho que eu não soube distinguir, logo é chamado pra resgatar a garota, em troca da possibilidade de comer o quanto puder do restaurante do magnata. Vale dizer que Rocky é um esfomeado maluco que vive aprontando pela cidade roubando comida de todos.

As particularidades do game envolvem um fator bastante diferente: o cabelo de Rocky. Encontrando diferentes sprays pelas fases, o cabelo do maluco toma diversos formatos, permitindo novos ataques e novas habilidades para o mesmo. Um cabelo espetado é ótimo para enganchar inimigos e jogá-los nos outros, enquanto outro penteado moicano faz com que Rocky lance seu cabelo como um bumerangue pela tela, acertando tudo pelo caminho. Esse diferencial poderia ter sido melhor explorado, claro, mas mesmo assim posso dizer que é um fator bastante inovador no estilo.

Sendo um game de plataforma, espere por saltos, passagens secretas, itens para pegar e muitos inimigos espalhados. Rocky pode matar os inimigos com sua cabeleira ou simplesmente pisando sobre eles. Nosso gato bizarro ainda pode correr e subir em plataformas usando seu cabelo estiloso, num estilo que faria o Príncipe da Pérsia sentir inveja.

a fase da rodovia toma uma tarde inteira no game,
como podem perceber pelo sol se pondo

Os gráficos do jogo são ótimos, mas as fases não variam tanto. É sempre no esquema de cidades, em prédios, em esgotos e coisas do tipo. Claro, com uma história que envolve sequestro da filha do dono de um restaurante, não teríamos como ter fases em cavernas, florestas ou no GELO. Mas estamos falando de games e em games tudo é possível. Pôxa, Mario é um encanador italiano que precisa resgatar uma princesa em um reino cheio de cogumelos, por que Rocky Rodent não teria fases na neve ou em uma floresta? Faltou ousadia, isso sim.

Falando sobre gráficos, a movimentação dos personagens na tela é bastante coesa. Rocky corre com uma animação bastante convincente, assim como os inimigos se movem de uma forma bem satisfatória. Não espere muita variação deles também, vão desde outros gatos até ratos gigantes, latas vivas e outras coisas estranhas.

a cada novo penteado surgem novas formas de interagir com o cenário ou de atacar os inimigos

O som do jogo também não me agradou muito. Não sei se foi por causa da simplicidade extrema das músicas ou pelos efeitos sonoros pobres, mas algo aqui não agradou. Talvez se tivesse músicas mais inspiradas eu poderia até esquecer a lástima do design de fases repetitivo. Talvez....

até o Geléia dos Caça-Fantasmas faz uma ponta no game

Rocky Rodent, enfim, não é um jogo ruim. Ele é bastante inovador, tem alguns momentos bons (a fase da rodovia é bem bacana) e o personagem principal tem seu carisma dentro das proporções. Mas não espere nada que chegue perto de Sonic ou Mario.

Resumão:

+ gráficos bacanas;
+ o lance do cabelo é criativo;

- músicas pobres;
- repetivivo pra caralho;

Final Score: 7.0