Rolo to the Rescue (Mega Drive)

Acho que já mencionei aqui que, por algumas vezes no passado, éramos obrigados a alugar alguns jogos que nunca tínhamos visto ou ouvido sobre. E que, em muitas dessas vezes, descobríamos algumas pérolas e sempre questionávamos o porque do pessoal não alugar esse ou aquele jogo. Talvez tinham as mesmas dúvidas e medos que nós...

Rolo to the Rescue é mais um exemplo desses. Certa vez fui na locadora aqui perto de onde moro (que não existe mais, claro) com a pretensão de alugar algum Sonic ou, no mínimo, Quackshot ou similar. Como eu só arrumei grana no sábado, não achei muita coisa pra alugar, os melhores jogos já tinham ido embora. Mas um deles me chamou a atenção, pois, personagem fofinho + jogo de aventura = alegria enorme no final de semana. Essa era a fórmula básica nos 8 e 16 bits...



Cheguei em casa com o game e fui ligando correndo, como era de praxe. Acabei que descobri um jogo muito bom, cheio de segredos, com world map, personagens secundários jogáveis com habilidades diferentes e muitas, muitas fases. Rolo é quase um Super Mario World do Mega, com seu mapa cheio de segredos e fases que parecem não ter fim. E, claro, isso só ajudou o jogo a ser cada vez mais atraente.

esse é o guarda do circo que cuida das chaves das jaulas, 

é preciso destruí-lo antes de sair salvando os bichos

No game controlamos Rolo, um simpático elefantinho que precisa salvar seus amigos que foram aprisionados em jaulas pelo dono de um circo. Para soltá-los, é preciso achar primeiro a chave na fase, que fica com o guarda que, normalmente, perambula logo no começo dela. O jogo é assim o tempo todo, mas essa é apenas a base de tudo.

a foca (ou lontra, sei lá) é a única que pode cair na água

na tela ao lado, Rolo sugando um dos bichinhos espinhudos

Rolo pode saltar, correr e usar sua tromba para cuspir água, sugar pedras e outros bichos menores. Além disso, cada animal salvo lhe permite controlá-lo e usar suas habilidades para explorar as fases. São 4 os animais que podem ser salvos por Rolo:

• o coelho, que pula mais alto que todos, alcançando bons itens no alto de árvores;
• o esquilo, que pode escalar paredes e descobrir passagens nelas;
• a foca, o único que pode cair na água pois usa uma bóia;
• e a toupeira, que cava passagens com sua pá;

o primeiro chefe é esse carinha fortinho

ao lado, a fase do deserto, cheia de segredos

Só por essas características, Rolo to the Rescue já não poderia ser considerado um simples jogo de plataforma, pois ele é muito mais profundo do que isso. Mas a coisa vai além: o mapa do jogo é um enorme quebra-cabeças, e cada vez que uma fase começa, é mostrado o número de animais que precisam ser salvos pra se conseguir a peça básica pra próxima etapa. O detalhe é que em algumas fases existem duas dessas peças, o que dá um tom de exploração enorme e obriga os que querem destravar o mapa todo a queimar os neurônios atrás da peça faltante. Aí é que entram os animais e suas habilidades, extremamente úteis para isso.

  mapinha parcialmente revelado!

notem que ao lado esquerdo temos o "primeiro mundo", da floresta, e do outro lado temos o "mundo do deserto", aonde faltam muitas peças ainda!

o pássaro voando é controlável, útil pra ver o mapa todo e saber onde faltam peças

Vale dizer também que o jogo não fica somente na florestinha e seus perigos naturais. Além do mapa da floresta, existe o mapa do deserto, da cidade e do circo, todos enormes, cheios de segredos e fases escondidas. No final de cada mapa, um chefe de fase lhe espera, bem como alguns bônus secretos que podem lhe dar algumas vidas.

Como eu havia dito, Rolo pode ainda usar alguns "poderes", como cuspir água (encontrada em copinhos, principalmente nas fases no deserto), sugar bichinhos e pedras. Os bichinhos e pedras podem ser atirados em inimigos e ainda servir como molas pra alcançar algum lugar mais alto. Mais adiante no jogo, esses bichinhos (que parecem porcos-espinhos) podem ser "pegos" por Rolo, o que lhe dá a oportunidade de controlá-los e entrar em buracos minúsculos e passagens secretas. Rolo ainda pode encolher em uma máquina de lavar (!) e inflar para voar feito um dirigível em algumas fases. Acho que já deu pra notar o nível de exploração e profundidade do jogo.

um dos "poderes" de Rolo, o elefante inflável

Em se tratando de gráficos, Rolo cumpre seu papel, não sendo nada feio e nem tão caprichado assim. Talvez pelo número enorme de fases e possibilidades de jogabilidade, os produtores não capricharam tanto assim nos cenários, já que eles não tem um nível de profunidade tão grande, possuindo apenas uma camada no fundo do cenário. Já os animais são bem animados e cheios de gracinhas, assim como os inimigos, que variam bastante entre os temas dos mapas. Rolo ainda pode aparecer com um chapéu nas fases no deserto ou com um capacete nas minas subterrâneas da cidade, empregando mais identidade ao personagem.

As músicas são ótimas, todas bem feitas e que se encaixam perfeitamente no jogo e no estilo do mesmo. Nenhuma delas acaba enjoando, apesar de se repetirem bastante. De alguma forma, eu achei a trilha sonora do jogo bastante agradável. Por algum motivo, ela me lembra a trilha de Land of Illusion, do Master System.

eis a telinha de pause!

aqui dá pra escolher um dos animais, fazer uma torre pra alcançar lugares e coisas mais altas ou voltar pro mapa, caso já tenha a peça ou esteja revisitando alguma fase

Rolo to the Rescue é um belo exemplo de como fazer um jogo de plataforma valer sua grana. Ele é enorme, tem vários personagens pra jogar, tem muita exploração e uma dificuldade bastante aceitável. Ao lado de Kid Chameleon, considero Rolo como um dos jogos mais viciantes do Mega Drive.

Resumão:
+ mapa bem grande, fases criativas;
+ vários personagens selecionáveis;
+ exploração de cenários garante um replay enorme;
- gráficos ficaram devendo, principalmente nos cenários de fundo;

Final Score: 9.0