terça-feira, 28 de dezembro de 2010

Vigilante (Arcade)


Eu sempre gostei muito de jogos de pancadaria, apesar de nunca ter brigado nem com um urso de pelúcia. Meu primeiro contato com esse tipo de jogo foi, como em 99% dos casos, em um bar perto de onde eu morava. Quando vi uma máquina de Double Dragon funcionando na minha frente, fiquei paralisado com tudo aquilo que acontecia na tela.

Marmanjos se estapeando na rua, tambores voando pra todo lado, uma mocinha pra ser resgatada e muita porrada! Essa era a receita básica para o sucesso na década de 80, qualquer que fosse a mídia adotada, desde filmes até games.

Os tempos passaram, o estilo evoluiu e hoje são raros os jogos que seguem à risca todos esses elementos que eu citei. Atualmente temos God of War, Ninja Gaiden e mais recente a nova versão de Splatterhouse, outros representantes de beat'n ups, mais modernos, com novos temas, inclusão de saltos, puzzles, evolução de personagem e outras novidades.

Na época era só socar e se preocupar em saltar alguns obstáculos. Mas não vou esticar esse post falando de Double Dragon ou de como o gênero evoluiu, vou falar de outro beat'n up, um pouco diferente do que estávamos acostumados a ver na época.



A história de Vigilante divide a mesma temática dos outros games do estilo: salvar a namorada do protagonista. No caso, seu nome é Madonna, mas não é a cantora famosa, ou estaríamos jogando com Jesus Luz ou algo similar.

Na verdade, Madonna talvez seja até uma singela homenagem à artista famosa, mas no caso se trata de mais uma mocinha que decidiu fazer um passeio sozinha na região mais perigosa da cidade À NOITE, só pra ser raptada e dar trabalho pro seu namorado. Um detalhe a ser dito é que, na versão do Master System, a moça atende pelo nome de MARIA! Oh Maria...

o rapto de Maria e o nosso herói Vigilante socando a eterna gangue dos gêmeos
observem a propaganda cheia de insinuação subliminar no alto do toldo

Nosso herói não tem nome. Ele é apenas conhecido como VIGILANTE, um homem que distribui porrada e coloca ordem na cidade onde vive. Se fosse atualmente, não duraria 2 dias, mas pra época ele servia bem, visto que a gangue inteira de inimigos não usa armas de fogo.

Ah sim, apenas um deles usa uma pistola, aparecendo randomicamente em raras partes. O resto todo vem no braço, na faca, na corrente, no pé de cabra e até montado em motos.

Salvar Madonna requer MUITA paciência e, se estiver jogando direto no arcade, MUITA paciência e MUITO dinheiro, pois é um jogo totalmente suga fichas. A Irem fez um game muito apelão, qualquer simples inimigo pode te socar, enquanto te degola, te chuta, te amarra, te joga pro alto e ainda faz sexo com sua namorada na sua frente, isso em 15 segundos.

Isso sem falar nos chefes, um mais lazarento de acertar que o outro! A maioria dos seus golpes são defendidos, pois existe um tempo certo para acertá-los, o que acaba complicando ainda mais.

dando uma "nunchakada" no inimigo e recebendo uma facada em troca, 
os caras não dão o mínimo sossego

A movimentação do Vigilante é o grande diferencial pros outros jogos do gênero: ele não tem profundidade, é um beat'n up LATERAL. Ou seja: ou você bate pra frente, ou atrás, ou então morre quando uns oito capangas te cercarem.

Pra nossa "sorte", com um simples soco ou chute derrubamos a maioria dos inimigos, mas os que vem armados precisam de uns 5 socos para tombar. Junte 2 ou 3 desses vindos pela frente e por trás e você vai virar paçoca antes que consiga contar até 3.

essa dupla de fanfarrões dá um trabalho ENORME
em compensação, esse gordo é facílimo de ser derrotado

O jogo te dá uma arma de vez em quando, o nunchaku. A arma é boa, serve pra acertar à uma certa distância os inimigos, mas se levar um mísero soco, adeus arma. É meu amigo, e você reclamando do nível mais difícil do Ninja Gaiden 2, seu chorão! Quando chegar no último chefe de Vigilante vai chorar sangue e se encolher em posição fetal feito um emo!

arrebentando as fuças do último e GIGANTESCO chefe
e o final com fundo cinza, no mínimo diferente....

No mais, Vigilante é um jogo bacana, tem uma boa trilha sonora, bons gráficos e uma dificuldade apelativa. Não vá esperando um grande beat'n up como Double Dragon, Final Fight ou até mesmo Streets of Rage, Vigilante tem seu estilo próprio e bem por isso merece um certo destaque no gênero.

Resumão:
+ gráficos bacanas e diferentes;
+ boa trilha sonora e efeitos sonoros;
- dificuldade bem alta;
- é muito repetitivo, talvez pelo estilo lateral adotado;

Final Score: 6.0

3 comentários:

  1. Possuo o jogo para Master System, confesso que nem sabia da existência de uma versão para Arcade.

    Concordo com a sua análise, o jogo é um passatempo apenas razoável, pois é difícil e repetitivo, embora seja curto. A dica é tentar ao máximo manter o nunchaku e pular os estranguladores ao invés de enfrentá-los, assim eles passam direto e você pode se concentrar em outros inimigos.

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  2. @Thanos
    Uma das coisas que achei bacana nesse jogo foi o estilo gráfico dele, lembra muito algo no estilo cell-shaded, guardadas as devidas proporções.

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  3. O gordão no Master System dá para derrotá-lo dando golpes no ar em um lugar em específico, isso não funciona no Arcade.

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