Rastan (Master System, Arcades)

Um bárbaro, munido de uma arma cortante, ceifando vidas de criaturas mitológicas nunca foi novidade pra ninguém que joga videogame. Coloque aí algo semelhante à um Schwarzenegger, apenas de tanga e com a missão de salvar sua amada e seu reino e temos Conan. Rastan pode muito bem ter bebido dessa fonte, mas nem por isso o jogo é ruim ou passável, muito pelo contrário, aliás.

Em Rastan controlamos... Rastan, o bárbaro musculoso equipado com uma espada e com a missão de salvar sua amada. Com controles simples (apenas pulo e ataque), o jogo acabou caindo nas graças de quem tinha um Master System na época, mesmo sendo um port de arcade. E que port, o jogo ficou muito bacana e só perde mesmo em quantidade de inimigos na tela e nas diferenças gráficas.


O jogo se passa em diversos locais diferentes, o que nos dá a oportunidade de matar criaturas em cenários variados, sempre avançando pela direita ou para o alto. O controle do jogo é bastante simples, como eu já disse, mas ele esconde algumas particularidades. Por exemplo, podemos saltar mais alto ao apertar pra cima e o botão de salto, ou atacar pra baixo com a arma apertando salto e botão de ataque + direcional pra baixo, ataque ótimo contra alguns chefes e útil pra quebrar blocos que escondem passagens secretas. Outra característica é que Rastan pode escalar paredes quicando nelas, semelhante ao que Mario faz em Mario 64 (só que muito mais simples).

acho que fica óbvio qual versão é qual aqui

apesar disso, a versão do Master ficou muito bacana

Os gráficos do jogo são bons, mesmo sendo um jogo portado dos arcades, a Taito fez um belo trabalho. Excetuando um bug ou outro, o jogo inteiro roda em velocidade aceitável e não apresenta slowdown mesmo quando se juntam uns 6 personagens na tela. Na versão Arcade a coisa roda lisa até quando se juntam uns 10 carinhas na tela, e olha que eles aparecem aos montes realmente!

as masmorras da versão Arcade são uma verdadeira dor de cabeça, muitos inimigos e MUITOS inimigos daqueles pentelhos, que vivem voltando e evitam seus ataques à todo custo

Rastan tem uma diferença bem bacana pros outros jogos também: o jogo vai anoitecendo conforme o jogador demora muito pra terminar uma fase. Uma vez à noite, inimigos novos e mais fortes vão surgindo, bem como a dificuldade vai aumentando. Portanto, terminar as fases ao ar livre o mais rápido possível é quase uma exigência. Já dentro das masmorras e castelos a coisa é mais normal e não apresenta aumento de dificuldade.

primeiro chefe na versão do Master System

o ataque combinado (salto + baixo + ataque) funciona muitíssimo bem aqui

Em Rastan podemos coletar diversos tipos de itens e bugigangas, umas que aumentam defesa e ataque, outras que envenenam e até matam. Cada item tem sua utilidade descrita no manual do game (versão Master), o que pode ser uma mão na roda. No arcade eles ficam por um tempo no rodapé da tela e somem em seguida, dando um pouco de sobrevida aos jogadores.

Alguns itens são bem óbvios, como a poção azul que repõe parte da energia e a poção vermelha, que fere Rastan. Já outros servem como acessórios que aumentam defesa ou ataque, como armaduras e anéis. As armas são bem variadas também, indo desde a espada normal, passando por machados e até uma espada flamejante que solta bolas de fogo (a melhor do game). Para encontrá-las vai da vontade do jogador de explorar o cenário.

algumas das várias partes onde morrer fica bem fácil....

Embora seja um joguinho divertido e relativamente curto, Rastan não está livre de problemas. Um deles, o mais comum, fica nos saltos do personagem. Enquanto o salto alto ajuda em boa parte do game, o salto normal é curtíssimo. Além disso, não é possível controlar o pulo no ar, se saltar alto e ver que vai passar da plataforma, não há o que fazer à não ser ver seu personagem cair num fosso de lava ou de água.

Outra coisa é que, ao morrer em algum lugar (chefes, principalmente), será obrigado a usar um continue (num total de 3) e voltará pelado pro jogo (game over no arcade, lógico). Ou seja: se estiver num chefe difícil, vai voltar sem itens e com a arma inicial, o que pode anular qualquer possibilidade de vitória. Talvez uma correção nisso pudesse salvar muitos controles e botões perto do final do jogo...

Rastan tem músicas bacanas, mesmo que poucas. Na verdade, são 2 músicas durante o jogo, uma que toca nas fases ao ar livre e outra nos castelos. Os chefes tem músicas próprias também. Os efeitos sonoros são bem simples e, se não me engano, são apenas 3 também: os ataques com a arma, os saltos e quando o próprio Rastan morre. A simplicidade de alguns jogos da década de 80 e comecinho de 90 às vezes assusta...

Pra quem gosta de um jogo medieval com elementos clássicos de plataforma, Rastan pode divertir por um tempo, mas não espere nada muito profundo. Apesar de ter elementos de RPG (como anéis e armaduras), você não vai utilizar menus e muito menos conjurar magias nesse jogo.

Resumão:
+ bons gráficos no Master System e melhores ainda nos arcades (óbvio);
+ um bom desafio;
- controle do salto é horrível nas duas versões;

Final Score Master System: 7
Final Score Arcade: 8