Kirby's Adventure (NES)

Conheci Kirby no SNES, já usando emuladores. Mas eu me lembro, quando criança, que sempre via a capinha dos jogos do Kirby na locadora, e tentava imaginar como era o game em si. Coisa que toda criança que gostava de videogames da época fazia... Enfim, somente anos depois (muitos anos, aliás) eu pude conhecer o game, jogá-lo e descobrir o que, afinal, era aquela bolinha rosa da capinha. E, se querem saber, foi surpreendente descobrir um jogo de plataforma tão bem feito quanto este.


Kirby é uma bolinha rosa que tem como principal característica, sugar o poder dos inimigos. Por aí já dá pra ter uma breve noção da profundidade do jogo, as opções de poderes e das possibilidades de ataques. Não são todos os inimigos que fornecem poderes, mas a maioria deles tem alguma habilidade nova para Kirby, que vai ajudar muito na aventura.

o poder da cusparada de fogo e o "mapinha" do primeiro estágio

Kirby, sozinho, também ataca, mas para destruir inimigos, é preciso sugá-los. Assim que tiver com um deles na boca, dá pra optar por cuspi-lo em algum outro inimigo ou engolir, absorvendo seu poder principal. É importante observar os inimigos no cenário, se quiser ter uma prévia de seus poderes. E eles são dos tipos mais variados, indo desde poderes de estrelas (como um chicote), até soltar rajadas de fogo, congelar, explodir, se tornar uma roda e sair correndo pelo cenário, virar uma pedra entre tantos outros. A criatividade da equipe que produziu o game estava em alta.

no game encontramos Warp Stars, que nos levam à fases bônus ou cortam caminho

ao lado, na água nada funciona, mas ainda assim Kirby consegue espantar os inimigos

O game apresenta gráficos excelentes pro NES, com diversos efeitos, muito colorido e versátil. A maioria das fases envolve florestas e lagos, mas existem também castelos, montanhas e cavernas, repletos de itens escondidos, algumas passagens e inimigos, muitos inimigos. As fases são divididas por estágios, em cada um deles existem cerca de meia dúzia delas, acessadas através de portas. Assim que se passa uma fase, ela abre outra e assim sucessivamente. Algumas portas nos levam à bônus, onde podemos coletar vidas, pontos ou poderes. Isso traz uma certa variedade ao jogo.

nesse bônus, o objetivo é conseguir pegar um boneco do Kirby, 

sendo que o maior dá três vidas e o menor, apenas uma

Mesmo com o apelo infantil (e, eu diria, parecendo até um jogo para meninas), Kirby possui sua dificuldade nas fases adiantadas. No início, parece que vai ser um jogo simples e fácil, com fases curtas, inimigos simples e sem maiores perigos. À partir do terceiro estágio, a coisa começa a complicar, com cenários cheios de buracos fatais, inimigos complicados de lidar e poderes escassos. Não chega a ser frustrante, mas também não pode ser considerado um jogo infantil.

Fireball e Freeze, dois poderes bacanas, mas escassos

O som também é muito bom, com músicas grudentas logo de cara. Apesar de não ter lá muita variedade, todas são ótimas e não enjoam. Os efeitos sonoros são simples e carismáticos, o que acabaram se tornando marca registrada do personagem pelos anos e jogos que se seguiram.

Wheel é um dos mais bacanas e úteis, dá pra atravessar certas fases inteiras com ele

já o Mike, Kirby solta a voz e limpa a tela de uma só vez

Esse primeiro Kirby para NES exprime com todas as palavras o sentido da franquia, um jogo feito pra ser jogado com calma, relaxado, explorando cada cantinho, experimentando cada poder e acumulando pontos e vidas. O que, aliás, deveria ser regra na maioria dos jogos atuais.

Resumão:
+ gráficos show de bola;
+ músicas bacanas, mesmo que escassas;
+ dificuldade balanceada;
- pouca variedade de músicas;

Final Score: 7.5