Masters of Combat (Master System)

Masters of Combat foi, por um bom tempo, meu único jogo bom de luta. Pra quem viveu na época dos 8 bits, achar um bom jogo de luta era difícil, ou era um game muito raro e diferente, ou era alguma adaptação de jogos dos 16 bits. Bons tempos de Mortal Kombat 1 do Master System, onde tudo era quadro a quadro de tão lento, e a gente nem ligava e divertia pra valer!


Enfim, Masters of Combat é um jogo sólido, com bons gráficos, alguns golpes secretos e controles razoáveis. Talvez, pra chegar em um nível aceitável, a produtora teve que sacrificar algumas coisas. Entre essas coisas, uma delas com certeza foi reduzir o número de lutadores. Enquanto hoje em dia temos jogos com mais de trinta personagens pra escolher (isso excetuando os Mugens da vida, alguns com mais de CEM personagens), em Masters of Combat temos apenas QUATRO! E ainda assim, o jogo consegue ser profundo e divertido ao mesmo tempo.

A história gira em torno de um asteróide que caiu perto de Megalo City. Um grupo de pessoas foi enviado ao local para observar onde a tal nave havia pousado, mas quando chegaram ao local, viram algo assustador se levantar. Um ano depois dos acontecimentos (obviamente abafados pelo governo), o prefeito de Megalo City, sem mais nem menos, organiza um campeonato de luta para escolher o lutador mais forte do planeta. Todos devem supor que o prefeito com certeza tem algo a ver com isso e alguma coisa muito estranha está por trás desse campeonato.

Os quatro personagens são:

Hayate: o ninja azul é o mais rápido e tem golpes excelentes;
Wingberger: com uma máscara de solda, o cara tem o melhor poder do game, que tira uma boa quantidade de energia do inimigo;
Highvoltman: como seu nome indica, usa a eletricidade para disparar seus melhores golpes;
Gonzales: o gordinho do time, mas ainda assim, um perigoso oponente e ótimo lutador se aprender suas técnicas;
The Alien: secreto, liberado através de dicas ou terminando o game no modo mais difícil;

Todos os personagens tem golpes distintos, mas os comandos são bem parecidos. E, falando em comandos, talvez aqui esteja o maior segredo e maior erro do jogo também: a dificuldade de se soltar os golpes especiais mais fortes. O controle do Master System (e do NES também) é pequeno demais pra esse tipo de game, tem poucos botões. As produtoras que se arriscavam a fazer games de luta pra esses sistemas, tinham que se desdobrar até achar uma configuração aceitável de golpes e comandos. No caso de Masters of Combat, ficou um botão para ataque e outro pra salto/dash. Aí entram as tão difamadas combinações...

Hayate surrando o Highvoltman e levando um couro do Gonzales

Como o direcional pra cima não é usado nos pulos, ele entra na configuração de alguns golpes. Na época, era difícil achar revistas especializadas nisso, internet então era algo raríssimo. Hoje em dia é fácil digitar no Google o nome do game e ver todos os seus golpes, mas naquela dura época eu tive que descobrir tudo na raça, apanhando e alugando diversas vezes o game. Talvez por esse motivo eu tenha gostado tanto dele, aprendi a jogá-lo na teimosia, mesmo me frustrando vezes seguidas.

o Alien é um dos mais fortes do jogo, mas é lento pra caramba

ao lado, os dois Hayates disputando poder

Hayate possui um golpe que junta tantos direcionais que ele só sai às vezes. Wingberger e os outros também, é o golpe mais forte de cada personagem. Eu poderia crucificar a produtora, como fiz na época, mas hoje é perceptível o esforço da mesma para fazer um bom game de luta com apenas dois botões em um controle.

O game ainda dispõe de um bônus onde temos que destruir um trator (ou empilhadeira, que seja), similar ao carro de Street Fighter, certamente uma bela adição.

no bônus, destrua a máquina o mais rápido possível

Em se tratando de gráficos, o jogo é bonito, a movimentação dos persoangens é boa e ele não fica lento em momento algum. O som também é bacana, com destaque pras músicas, uma melhor que a outra.

Wingberger em sua pose de vitória

Masters of Combat, enfim, era um jogo pra quem tinha paciência. E ainda é. Não pensem que com a cola dos comandos o jogo fica mais fácil. É um jogo complicado, difícil, afinal, estamos falando de 8 bits, onde os jogos eram feitos pra nos arrancar o couro!

Resumão:
+ gráficos bem legais;
+ músicas e efeitos sonoros bem produzidos;
- alguns golpes são raríssimos de sair;
- a dificuldade é altíssima;

Final Score: 8.5