Em 1995 a Sega criou Vectorman, um jogo onde controlamos um robô verde, feito de bolinhas de átomos e com um carisma extremo. Alguns dizem que foi pra competir com Donkey Kong, mostrando que o Mega também tinha capacidade de fazer gráficos bonitos e com belas animações. Acontece que Vectorman fez sucesso, pois fazia parte de um gênero bacana, tinha excelentes gráficos, músicas legais e uma jogabilidade viciante. Ele tinha potencial, então a Sega resolveu repetir a dose e criou Vectorman 2 em 1996. O resultado? É o que vamos ver agora...
Vectorman 2 traz de volta o famoso robô, dessa vez obrigado a escapar de sua nave, atingida misteriosamente por um míssil. Após a fuga da nave de paraquedas (que, aliás, é a primeira fase do game), Vectorman pousa em um planeta estranho, cheio de criaturas estranhas, onde sua missão será descobrir quem o atingiu enquanto tenta se manter vivo no planeta hostil.
Quase ninguém fala de Vectorman 2 e isso tem uma razão bastante convincente: o jogo não conseguiu manter o sucesso da franquia. Vectorman 2 tem suas qualidades, eu diria que quase as mesmas que fizeram de Vectorman 1 um clássico, mas faltou alguma coisa a qual eu, e tantos outros jogadore, não conseguiram identificar. Tudo está lá, as transformações (mais variadas), os gráficos cheios de efeitos de luz, a movimentação de inimigos, cenários, do próprio Vector e tantas outras características que fizeram sucesso no primeiro game. Então, por quê não deu certo? Tentarei explicar da forma que consegui entender, espero que todos possam concordar.
pra dar uma ajudada, dispare tiros constantemente para iluminar o local
Vectorman 1 tinha fases bacanas. Começávamos em torres, com bandeirolas ao vento, um local alto onde a maioria dos inimigos era apresentada de forma simples e crua. O jogo seguia por fases criativas e novas, como no porto, onde podíamos entrar na água, na neve, onde uma cascata de gelo deixava todo mundo babando nos gráficos e na fábrica, onde o inimigo era um monstro enorme que cuspia dezenas de bolinhas de energia. Entre essas fases, algumas etapas esbanjavam criatividade, como o chefe em uma ponte onde era preciso atirar em suas garras, outro em uma espécie de pista de dança onde era preciso acertar o centro do lugar. A variedade era muito maior.
um dos poderes novos, capaz de destruir o escudo de alguns inimigos
Enfim, Vector 2 começa em uma floresta, fase clássica de jogos de plataforma, mas que não daria muito certo pela temática futurista do game. Não daria e não deu, realmente. Um dos motivos é que a fase ficou escura demais, fica complicado controlar Vectorman em um cenário tão pobre e escuro. Outro é que o jogo ficou extremamente difícil, qualquer bobeada te arranca energia, ainda mais em um cenário o qual mal se consegue enxergar os inimigos. Devido à esses fatores, MUITA gente (muita gente mesmo, só eu conheço vários deles) mal passou da primeira etapa. O game segue por uma fase sobre árvores, também na escuridão e em seguida por um vulcão, onde as coisas começam a melhorar.
a fase do vulcão é bem bonita, diferente do bônus, esse pobre "jogo" de navinha...
Vectorman 2 demora pra engrenar, o que acaba irritando o jogador. A falta de alguma novidade mais consistente também desanima quem jogou exaustivamente o primeiro game do começo ao fim. O robô ainda salta, dá um pulo duplo e atira em todas as direções. E só. Não acrescentaram mais nada, apenas algumas transformações são diferentes, bem como alguns bônus, mas todos podem ser considerados medíocres perto do que fizeram em Vectorman 1.
aqui Vectorman tem seus pés transformados em patins e a fase rola à toda velocidade
Em se tratando de gráficos, o jogo não faz feio, mesmo aproveitando algumas idéias do jogo original. A cascata de neve, tão comentada do primeiro game, retorna, mas dessa vez no vulcão, sendo uma cascata de magma, espalhada por todo o cenário. Vector se transforma em um escorpião nessa fase, enquanto em outra pode se transformar em um rinoceronte para quebrar paredes. O reaproveitamento dos inimigos também é nítido, tal qual no primeiro game.
a cascata de magma ao fundo enquanto o chefe casca-grossa (e em dose dupla)
insiste em ficar no meu caminho
O som não apresenta novidades. A maioria dos efeitos sonoros foram reaproveitados (sem críticas aqui, afinal, ajudaram a construir a identidade do primeiro game), mas as músicas estão visivelmente mais fracas. Não há apelo sonoro, não existem muitas melodias e os chefes, pra completar, quase inexistem. Notei uma melhora, contudo, na voz do personagem, mais robótica e menos rouca, como é de praxe no Mega Drive.
à esquerda: fase criativa, onde é preciso abrir caminho destruindo paredes
à direita: Vector transformado em rinoceronte, quebrando tudo pela frente
Com tantas caraterísticas negativas, ainda assim o game agrada, mas agrada principalmente aquele fã que jogou o primeiro de cabo a rabo. Mesmo com o repeteco de quase tudo, quem gosta de um bom jogo de tiro pode encontrar em Vectorman 2 uma boa dose de diversão. E pra quem nunca jogou, recomendo fortemente o primeiro game, um verdadeiro clássico. Em tempo, ainda bem que a Sega parou por aí, imagino o que seria se tivesse lançado aquele Vectorman 3 para Playstation 2 em meados de 2004...
equipado com o poder do fogo, extremamente útil nessa etapa
Resumão:
+ belos gráficos;
+ jogabilidade clássica e bem cadenciada;
- fases sem carisma algum;
- dificuldade bem acentuada;
- falta de variedade em geral;
Final Score: 7
Poxa, acho que sou a única pessoa do universo que gostou mais do 2 do que o 1 então! :)
ResponderExcluirMas excelente análise, seu ponto de vista é válido visto que o game realmente foi quase que 100% reaproveitado do original e não trouxe muitas idéias novas legais.
@João Carlos
ResponderExcluirEu gosto do segundo game também, só que sempre que eu pego pra jogar, me dá uma sensação de que ele poderia ter sido BEM melhor...
uauuu que bem feita essa matéria! Apesar do jogo ser difícil e repetitivo , suas palavras me deixaram com uma baita vontade de jogar!!
ResponderExcluirObs: Na época do lançamento eu chamava esse game de "Vequitorimam" hihihi
Comentando sobre os dois jogos. O primeiro eu joguei muito e me amarrava, uma amiga tinha o cartucho e era um dos meus jogos favoritos.
ResponderExcluirO segundo cheguei a jogar uma vez via emulação e realmente a primeira fase é bem escura... por aí mesmo parei ¬¬
Bela resenha e um abraço
@Ritalinando
ResponderExcluirObrigado! Eu também chamava ele de Vequitorimen uhauhauahua!
@Marcel
Pois é, essa fase escura foi responsável por 80% das desistências na época..
Minha opinião e totalmente aposta a sua. Acho o dois muito mais divertido e fácil que o primeiro aonde mal consigo passar da primeira faze tamanha a dificuldade da mesma.
ResponderExcluirLembro de propagandas deste jogo em revistas de videogame. Mas nunca me interessei por jogar. Tinha muito preconceito contra 3D. Vou tentar jogar o primeiro qualquer dia desses, e quem sabe não passo a gosta da série? Pelo menos variedade o personagem demonstra bem, e isso sempre é bem vindo ^^
ResponderExcluirJa´tinha ouvido falar dele na época nas revistas de games mas nunca tive a oportunidade de jogar ele quem sabe eu não baixe ele no emulador .
ResponderExcluirNunca joguei. Se ele for do nível do B.O.B., vale uma conferida com certeza.
ResponderExcluirEsse seu review me inspira a escrever sobre Deep Duck Trouble. Obrigado.
ResponderExcluirSinceramente gosto muito mais do vectorman 2 e achei mais fácil do que o primeiro
ResponderExcluirNossa, para mim Vectorman 2 é um game genial. Principalmente a trilha sonora, que tem influências de dub e drum'bass que flertam com game music. Eu o comprei original na época, resolvi dar uma chance ao game pela sua capa. E gostei demais! Quanto à luminosidade da primeira fase, putz, é uma floresta alien no meio do nada... não é suposta a estar iluminada com postes e é onde o game se apresenta, um clima obscuro e estranho (planeta alien), escuro, com uma trilha soturna e que possibilita observamos os shadings utilizados na engine melhorada do game.
ResponderExcluirÉ um game para ser jogado com tempo para percebê-lo, não é um game casual.
dificuldade infernal
ResponderExcluirAcho que ficou realmente fraco o vectorman 2, mas seria legal se eles fizessem o v2 no sega cd, ficaria um absurdo de tão legal!
ResponderExcluirEu gosto mais do Vectorman 2. Acabei de jogar ambos os jogia, e ao passar das fases o 2 se mostrou melhor, mais diversificado e a fase do Tank é muito boa. E a primeira fase não é tão escura assim, da para enxergar o trajeto tranquilamente. A ambientacao num planeta alien é muito boa e bastante climática. Gosto muito de ambos os jogos, mas Vectorman 2 me agrada mais e é menos repetitivo que o primeiro
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