quinta-feira, 14 de maio de 2015

Hermie Hopperhead: Scrap Panic (Playstation)

Adquiri meu primeiro Playstation no final de 1998, se não me engano. Completamente apaixonado pelo Final Fantasy VII, consegui meu velho console cinza, de canhão de plástico, com os 4 discos de Final Fantasy VII, mais a demo em disco do Final Fantasy VIII em uma longínqua locadora, que aceito de prontidão meu querido Mega Drive III + meu Sega Saturn chaveado em troca desses produtos.

Sim, foi, talvez, a maior burrada da minha vida, mas, fazer o que, eu estava quase doente por Final Fantasy VII... Atualmente, se servir como consolo, já recomprei o Mega Drive III e o Sega Saturn, que por sinal veio chaveado também.

Bom, mas não é disso que se trata o post de hoje. Só citei esse acontecimento em volta da minha aquisição do Playstation 1 pra ressaltar o quanto esse console é querido por mim, desde os idos de 1998. Claro, como 90% dos brasileiros, fui um ávido consumidor de cds piratas e foi graças à eles que conheci e joguei muita coisa na época. Mas, como todo console que fez fama, muitos jogos eu não pude sequer conhecer, mas, hoje, com o advento da emulação, podemos por as mãos em jogos como Hermie Hopperhead, um game de plataforma exclusivo para o Playstation... e exclusivo no Japão também.


Hermie Hopperhead: Scrap Panic é um jogo de plataforma pro Playstation, lançado em 1995. Na verdade, esse jogo é um dos raros jogos de plataforma 2D que escaparam da política da Sony na época, onde suas ordens eram pra que apenas jogos tridimensionais fossem lançados para o console, ignorando completamente os jogos que lembrassem o Super NES ou Mega Drive. Hermie Hopperhead pode ser considerado um dos raros jogos desse estilo que pintaram no console.

Em termos de jogabilidade, o game apresenta uma sólida mecânica 2D que lembra bastante Sonic e Mario. Mesmo que o personagem principal detenha pouco carisma, o game entrete pelo level design e pela jogabilidade sólida e simples do jogo. A história gira em torno de Hermie, um garoto de dreads normal que, um belo dia, vê um ovo estranho pulando de uma lata de lixo. Tal objeto, que possui pernas e braços, atrai Hermie pra dentro da lata, onde ele acaba indo parar num mundo paralelo cheio de coisas bizarras. Toda essa narrativa é contada numa animação muito bem feita, obra dos artistas Tetsuji Yamamoto e Yuke Taniguchi.



Hermie usa o básico pra atacar: pulando sobre os inimigos. Além disso, ele coleta ovos pelo caminho que o seguem e podem ser usados para atacar os inimigos e pegar itens pelo cenário. Com o botão triângulo, Hermie solta os ovos que vão atrás de inimigos e de itens (estrelas) espalhados pelo cenário. Apertando-se novamente o mesmo botão, os ovos ficam estáticos e basta encostar neles para recolhê-los novamente. O jogador pode ainda, no final de cada fase, distribuir as estrelas pra cada ovo, fazendo com que eles choquem e resultem em diferentes animais que ajudarão Hermie de forma mais efetiva que os ovos nas próximas fases. Além de servir como uma espécie de arma, em algumas partes, placas indicam o uso dos ovos para formar desde plataformas até objetos que ajudam o herói a transpor os desafios e obstáculos.



Com essa jogabilidade até certo ponto variada, o game ainda nos brinda com fases gigantescas e cheias de caminhos escondidos. O level design do jogo não é tão variado como Sonic ou Mario, duas franquias que ele claramente se inspirou. Mas, aliado ao visual bem, digamos, elegante do game, tudo aqui é passível de elogios. Hermie Hopperhead começa como um game simples, de fácil aprendizado, mas mostra fases dificílimas em partes mais adiantadas. Coletar estrelas acaba se tornando uma tarefa tediosa, apesar de necessária, em vista do tamanho de algumas fases. Vale lembrar também que os ovos servem como a energia de Hermie: se estiver sem nenhum ovo e tocar algum inimigo, adeus vida. É algo bastante similar aos anéis do Sonic, de forma prática.

As fases também estão lotadas de caminhos secundários que levam à bons prêmios em quantidade de estrelas ou até vidas. Muitas latas escondidas no cenário são na verdade telas de bônus, algumas levando Hermie à uma fase completamente em 3D, onde o jogador pode coletar muitas estrelas. Acredito que o grande charme de Hermie Hopperhead seja despertar o faro dos jogadores que adoram fuçar nos jogos, pois há muita coisa pra se explorar nas fases.



Tanto o visual quanto a música de Hermie Hopperhead andam juntos. Nenhum deles se destaca muito, mas cumprem seu papel, mesmo sendo um jogo simples de plataforma. A música, na maioria das fases, é alegre e não enjoa. O visual também, indo desde planícies, florestas, cavernas até os temas como neve, montanha, fogo, fases aquáticas, etc. O jogo também não tem vozes, então, prepare-se para ouvir apenas os efeitos sonoros de saltos e de estrelas pelo caminho.



Hermie Hopperhead - Scrap Panic é um divertido e esquecido jogo de plataforma pro Playstation. Apesar de ter saído exclusivamente no Japão, é bem fácil encontrar a ISO do mesmo, nem que seja pra dar uma experimentada. Como um jogo de plataforma, ele fica devendo principalmente na variedade de objetivos e na falta de colecionáveis pelas inúmeras fases. Mas, se puder ignorar esses pontos, o game pode ser bem divertido e vale sim, uma jogada.

Resumão:
+ visual 2D caprichado;
+ dificuldade crescente, mas não apelativa;
- podia ter mais variedade, como colecionáveis;

Final Score: 6.5

9 comentários:

  1. Bela matéria, realmente o jogo lembra o mega drive.
    Interessante o jogo cosmão, o ps1 é um dos melhores consoles de todos os tempos, ainda hoje jogo ele , adoro silent hill.
    fico feliz que recuperou seus consoles sega, legal.
    Na época fiz a mesma besteira que vc. mas também ja recuperei, ufa. bom pra nós Cosmão. abraços.

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  2. Cosmão , estava me lembrando aqui, esse jogo parace um pouco o KLONOA , não acha?

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    1. Lembra um pouco sim, mas sem a profundidade de cenários que tinha em Klonoa. Hermie Hopperhead é bem mais simples e trabalha mais com sprites nos cenários.

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  3. Um jogo bem interessante vou dar uma conferida depois.

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  4. Tá aí um jogo que nunca encostei, mas curiosamente a caixinha dele me é familiar. Devo ter visto em algum lugar na vida. Me pareceu bacana, vou colocar na lista interminável de jogos pra conhecer/jogar.
    Plataforma 2D no PSOne realmente é raro, mas para um jogo de 95, faz sentido. Engraçado que em 95 eu nem sabia da existência do Playstation ou não ligava pra ele ainda, não sei dizer agora. Ainda estava dividido entre PC e Mega Drive. Acho que mais pro PC, foi bem quando chegou o Windows 95, kit multimídia e o caramba. Credo, não tenho tanta saudade disso não! kkkkk
    E eu preciso de um Saturn chaveado urgentemente! Sua troca foi totalmente louca pensando hj em dia, mas pensando com a cabeça de final de 1998, vc mandou bem pra caramba... rs
    Ótimo review!

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    1. Cara, acho que nem pensando com a cabeça em 1998 foi uma troca boa hahahha! Eu só fui perceber isso ANOS depois, quando senti uma puta falta do meu Saturn...

      Felizmente eu consegui recomprá-lo e, apesar dele nem estar instalado em casa (uso mais emuladores pela praticidade), está muito bem guardadinho.

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  5. Eu peguei uma vez esse jogo só em emulador, eu não gostei muito. E pela nota 6,5, isso já resume que não grandes coisas...

    E pooo uma coisa que eu gostaria de ver por aqui, seria um Top 100 de jogos desconhecidos do Mega Drive, que tal? já que tem um top "desconhecido" do SNES rsrsrs

    Abraços!

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    1. Já estou separando alguns games pra um especial do Mega, logo pintam novidades por aqui. :D

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  6. PS1 e Saturn tiveram muitos jogos querendo emplacar mascotes de sucesso. Esse por exemplo eu só via de relance naquelas revistas de videogame, vou jogar depois.

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