Eu sempre gostei de temas sobre civilizações antigas. Acho que isso começou quando joguei pela primeira vez o primeiro Tomb Raider. Mas, antes de Lara Croft se embrenhar em territórios desconhecidos antes populados por outros povos, um jovem aventureiro arriscava a vida (e também alguns trocados) em busca de tesouros de uma antiga civilização, isso ainda na década de 80, no Master System...
Aztec Adventure foi lançado em 1987 no Japão, com o nome de Nazca '88: The Golden Road to Paradise. Para o lançamento um ano depois em território americano e europeu, os produtores resolveram mudar o nome do jogo para Aztec Adventure, retirando assim seu sobrenome. Mesmo com as mudanças por conta das regiões de lançamento, o jogo em si não teve nada alterado.
No game, controlamos Niño, um jovem explorador em busca de conhecer os tesouros da antiga civilização asteca. Para tal, ele deverá percorrer diversos labirintos cheios de inimigos, alguns mais simples, outros mais difíceis, além de também encontrar outros exploradores que como ele também buscam riquezas na região. E nisso entra a parte mais curiosa desse jogo: é possível "contratar" ou "persuadir" esses outros exploradores mediante à um pagamento exigido por cada um deles.
Assim que o jogo começa, temos uma tela que mostra, além de Niño, cada um dos três exploradores que podem ser encontrados no cenário: Papi, Pupe e Poh. Os dois primeiros, Papi e Pupe, cobram apenas 1 e 2 saquinhos de dinheiro respectivamente. Já Poh é o mais ganancioso e pede 4 saquinhos para acompanhar Niño por algum tempo. Cada um deles tem uma, digamos, "durabilidade", sendo que Poh é o mais resistente e mais forte dos três. Niño pode convocar até 2 ajudantes por vez.
Além do uso do dinheiro para recrutar ajudantes, é possível (e até recomendável) guardar sempre um saquinho para jogar em algumas poças que aparecem em algumas fases. Nessas poças, assim que arremessar o dinheiro, uma fadinha surge e repõe toda sua energia. Confesso que isso me salvou diversas vezes no jogo, principalmente da fase 3 em diante. Além dos ajudantes, é possível também coletar diversas armas secundárias que são de grande ajuda no game. Algumas delas, como as sementes de fogo, servem basicamente para abrir caminho na primeira fase, enquanto que as dinamites explodem paredes na quarta fase e assim por diante. Algumas como o raio, ajudam bastante a passar por caminhos cheios de inimigos, pois eles vão sendo destruídos um por um enquanto Niño caminha.
A dificuldade de Aztec Adventure está atrelada diretamente ao modo de abordagem aos inimigos do jogo. Cada inimigo age de uma forma e, como eles se repetem em todas as fases praticamente, aprender a lidar com eles é a chave para se dar bem. Alguns inimigos que disparam flechas, por exemplo, são mais fáceis de serem atingidos pelas laterais, já que suas flechas podem ser mais facilmente destruídas dessa forma. Outros que giram e soltam tiros precisam ser atraídos para perto do Niño para que possam ser alvejados.
Além disso, cada fase tem alguns inimigos específicos que precisam ser destruídos para que a saída seja liberada. Eles funcionam como chefes do local e, naturalmente, cada um tem um jeito certo de ser acertado e de como evitar seus ataques. Essa dinâmica de decoreba, além de se tornar cansativa durante as 11 extensas fases (1 delas é secreta se passa no local onde estão as famosas "Linhas de Nazca"), acaba por ser negligenciada em alguns momentos pelo fato do jogador querer fazer tudo rápido e o resultado disso são as mortes.
Um bom exemplo disso é logo na segunda fase, onde um rio corta a maioria das telas do lugar. É possível subir pelo rio e chegar facilmente nas telas finais, mas Niño perde energia no processo. Logo, um item em formato de botas pode ser conseguido em alguns inimigos, deixando o personagem imune à água e podendo andar livremente nesse local. Só que, nessa fase, é preciso destruir dois morcegos gigantes que estão em duas telas distintas, então, não é muito vantajoso sair gastando as botas, subir direto pras telas finais e correr o risco de ter que voltar pra procurar o inimigo.
O uso dos outros personagens pouco importa na maioria das situações. Excetuando-se alguns chefes, eles mais atrapalham do que ajudam. Talvez na hora de enfrentar vários inimigos é interessante, pois cada arma selecionada também é disparada por cada ajudante que estiver com você.
Sonoramente, Aztec Adventure tem uma trilha sonora agradável e alegre. Os temas são repetitivos sim, mas são músicas bacanas, que acabam não enjoando fácil. Os efeitos sonoros são os comuns encontrados em vários jogos do Master System na época e não existe voz alguma. O visual é caprichado, tanto Niño quanto os outros personagens e inimigos são bem animados, pecando talvez na variedade de inimigos, que se repetem o tempo todo. Mas isso talvez se deva pelo fato do jogo ser até meio longo, com 11 cenários (que se repetem ao menos uma vez mas com um novo layout, uma característica notada em vários jogos da época para poupar memória) fatalmente iria repetir inimigos num sistema de 8 bits.
Pra finalizar, Aztec Adventure, mesmo nos dias de hoje, é um jogo interessante de se jogar. Seu esquema de persuadir os outros personagens mediante uma quantia de dinheiro, além da dificuldade imposta pelos inimigos e cenários bem variados formam um conjunto bem bacana de ser explorado. Vale com certeza um tempinho nele, nem que seja para ao menos aprender como funciona.
Resumão:
+ visual colorido e caprichado;
+ os controles respondem muito bem;
+ sistema interessante de jogo, envolvendo a "contratação" de ajudantes;
+ as músicas são bacanas;
- podia ter inimigos mais variados;
- número exagerado de fases, que já são longas entre si;
Final Score: 7.5
Taí um jogo que sempre tive curiosidade em jogar desde criança quando vi em uma revista, nunca tive acesso aos consoles da Sega, mas uma hora certamente vou experimentar nos emuladores.
ResponderExcluirEste foi um primeiros jogos que tive no master, gostava muito dele ... ótimas lembranças!!!
ResponderExcluirVlw Cosmão !!!!
Esse joguinho é muito bacana, Cosmão. Só que eu já daria 8 como nota justamente por gostar do esquema das fases.
ResponderExcluir;-p
Mais um texto impecável, amigão!
Obrigado. O esquema das fases é legal, só acho desnecessário eles repetirem os temas...
ExcluirEsse jogo não levei muita fé quando fui conferi-lo, achei meio arcaico. As telas na sua resenha até ficaram legais, mas jogando tu percebe que faltou um pouco mais de capricho por parte da equipe, a não ser que tenha sido uns dos primeiros pro Mark III aí se perdoa.
ResponderExcluirNem sabia que existia. Master nunca foi meu forte, nessa época curtia apenas o que vinha da Nintendo.
ResponderExcluirAbç
Achei bonitinho, parece um zelda coop sem o coop xD, os ajudantespoderiam ser o player 2
ResponderExcluirÉ realmente uma boa idéia um segundo jogador controlando os ajudantes!
ExcluirTá ai um game que gastei boas horas jogando nos tempos de Dingoo, mas nunca zerei, essa é minha sina, deixar games sem conclui-los, hahaha!
ResponderExcluirAdoro suas analises porquê você destrincha os jogos, Cosmão, curti demais! ^^
Geralmente eu tento terminar o game antes de começar a escrever, à não ser que eu já conheça o bastante sobre ele.
ExcluirValeu!
Como eu aluguei este jogo, vc não faz ideia! Curioso que fui terminá-lo em emulador, um pouco mais experiente. Na infância não entendia a parada de jogar sacos de dinheiro pros "inimigos". E também fui saber mais pra frente o lance dos poços.
ResponderExcluirConcordo plenamente com o lance de terem exagerado no número de fases.
Seu post me trouxe muito boas lembranças, obrigado por isso! :D
E estou com as músicas do jogo na cabeça... vish! hehehehe