segunda-feira, 4 de abril de 2016
Especial Do Passado para o Presente #3: Maldita Castilla & The Curse of Issyos [PC]
Faz um bom tempo, descobri alguns jogos criados exclusivamente para PCs com uma grande carga "arcadiana", por assim dizer. Esses jogos vem de um site indie e são criados por um espanhol sob a alcunha de Locomalito. Não cheguei a experimentar todos os jogos, mas, dos que joguei, posso recomendar facilmente dois deles que muitas pessoas vão gostar: Maldita Castilla e The Curse of Issyos. Ambos os jogos serão analisados nesta postagem, mais uma da série "Do Passado para o Presente". Espero que apreciem!
Maldita Castilla
Profundamente inspirado no clássico Ghouls'n Ghosts, Maldita Castilla conta a história de uma poderosa deusa chamada Moura, que foi seduzida por um demônio que fez de suas lágrimas a chave para soltar ordas e hordas de monstros que destruíram todo o vilarejo do castelo. Sob as ordens do rei, Ramiro, Quesada, Don Diego e Mendoza, os quatro cavaleiros da guarda real, partem em uma jornada pra tentar por um fim nesse reino de caos que surgiu.
Você controla Ramiro, um guerreiro de barba que lembra bastante Arthur de Ghouls'n Ghosts. Aliás, essa não é a única semelhança com o título da Capcom. Além da temática e personagem, a própria jogabilidade e andamento do jogo são bastante semelhantes. Mas, o crucial aqui é que, mesmo com tantas coisas parecidas, Maldita Castilla, ainda sendo um indie game muito mais simplório que a série da Capcom, consegue se sobressair e ter uma identidade própria.
O jogo por si só é muito divertido. Controlando Ramiro, podemos saltar e atacar apenas, usando a arma que estamos equipados. Pelo jogo, podemos encontrar até 3 tipos de armas, fora a inicial que começamos. Além disso, Ramiro pode encontrar desde um escudo, que impede que levemos dano por um hit, botas que permitem um salto mais longe e a flor azul, que adiciona uma fada, ajudando no ataque. Os controles do jogo são simples, mas dominar cada etapa e conseguir sair vivo depende bastante da habilidade do jogador.
Os saltos, por exemplo, diferente da série da Capcom, são controláveis no ar, mas apenas por um breve trecho. Você, por exemplo, não tem como voltar totalmente numa plataforma se saltar num único impulso para frente, mas pode tentar ajustar o salto para cair em um local seguro. Os ataques também podem ser desferidos para cima ou para baixo, facilitando muitas vezes o combate. Todas as fases são divididas em pequenas telas ou etapas, com um level design bem interessante. Como colecionável, você precisa encontrar as 5 lágrimas de Moura, ou jóias, que estão escondidas nas fases. Só assim poderá enfrentar o chefe final e ver o verdadeiro final do jogo.
A energia de Ramiro é contada sempre em 3 corações. Se perder os três, perde-se uma vida. Perdendo as três vidas, pode-se usar um continue, mas sua pontuação é zerada. Os continues do jogo são infinitos, o que demonstra que a intenção principal de Locomalito não era frustrar o jogador: "minha idéia sempre foi a de fazer jogos que são divertidos de jogar, curtos mas cheios de conteúdo, com fases que requerem habilidade para serem passadas com maestria. A maioria dos meus jogos são indicados para aquelas pessoas que, assim como eu, não tem muito tempo livre para jogar, mas gostam de jogos desafiadores. Às vezes, você só quer voltar pra casa e ter um bom jogo para jogar, sem um mapa gigantesco onde é preciso salvar o game pra continuar no dia seguinte, mas apenas um jogo onde você possa começar e terminar na mesma noite", diz o criador em uma entrevista para o indiegames.com.
Em termos de música e efeitos sonoros, o jogo se sai muito bem também. Todas as músicas se encaixam perfeitamente no jogo e todas as fases tem músicas distintas, inclusive chefes e subchefes. Os efeitos sonoros também são ótimos e fecham o pacote de Maldita Castilla com estilo.
The Curse of Issyos
Diferente de Maldita Castilla, The Curse of Issyos parte para outro lado em termos de gameplay, sendo uma clara inspiração em Castlevania (sim, aquele primeiro para o NES), além de um pouco de Ninja Gaiden e até mesmo Rastan. Adotando uma temática diferente da franquia da Konami (o jogo parece girar em torno da mitologia grega), mas mantendo uma mecânica muito parecida, esse jogo só prova o quanto inspirado é seu criador, Locomalito.
A história é sobre um jovem pescador que, estando tranquilamente pescando à beira de um oceano azul, acaba ouvindo um chamado da Deusa Athena, dizendo que seu vilarejo está prestes a ser atacado pelo Olimpo. A aventura começa à partir daí, com Defkalion retornando à sua cidade e passando por diversos locais no percurso.
Como jogo, The Curse of Issyos é um autêntico jogo de plataforma, como já dito, inspirado em diversas franquias famosas, principalmente dos 8 bits. O controle sobre Defkalion é simples e intuitivo, tendo apenas, como de praxe, o botão para saltar e o botão para atacar, sendo que, usando o direcional pra cima e o ataque, pode-se usar o arco, desde que se tenha flechas guardadas. A maioria dos inimigos é facilmente abatida, mas a verdadeira dificuldade do jogo é a exploração dos variados e vastos cenários.
A maioria das fases é dividida em diversas telas, que pode inclusive serem revisitadas. Algumas delas escondem chaves e alguns pequenos puzzles, todas forradas de inimigos e de itens valiosos, como a armadura que o herói pode vestir, lhe garantindo mais resistência, como poções que aumentam a energia, pedaços de frango e filés que recuperam a mesma e dinheiro, desde moedas a sacos cheios de dinheiro, que pode ser gasto em lojas nas cidades do jogo.
Como arma, Defkalion pode fazer uso de três: a espada, de curto alcance, mas forte; a lança, que alcança inimigos de longe, mas é mais fraca e o arco, que, naturalmente, consome flechas. Excetuando o arco, as outras duas são encontradas em baús (ou rochas), dependendo apenas do jogador decidir se é melhor trocar ou não a arma naquele momento. As lojas vendem desde itens de cura até flechas e poções que aumentam a barra de vida.
Em resumo, The Curse of Issyos é um jogo muito bacana. Muitos segredos são descobertos batendo com a arma no ar ou em paredes, revelando desde itens de cura (o que é raro) como moedas (o que é mais comum). Os inimigos e chefes são bem variados, o que dá um dinamismo enorme ao jogo, mantendo-o sempre atualizado. A trilha sonora e os efeitos sonoros fecham o pacote.
Tanto The Curse of Issyos quanto Maldita Castilla são ótimas provas de que é possível se fazer ótimos jogos com poucos recursos. Locomalito, em sua entrevista, diz que faz os games por puro hobby e gosta de trabalhar dessa forma. Quando perguntado sobre trabalhar em alguma empresa grande, ele é direto: "gosto de fazer meus jogos dessa forma, sem pressões, sem amarras, lançando meus jogos quando eu achar que estão prontos, pela minha própria página na internet. Meu alvo são as pessoas que buscam por esses jogos e querem jogá-los de graça. Doações são por livre escolha delas, mas nenhum tipo de pagamento é necessário para que eu faça os jogos", justificando também a opção de doações em seu site.
"Vamos dizer que eu goste da idéia em que jogadores e desenvolvedores se divirtam, sem que haja um mercado entre eles ou valores, como se vários amigos se reunissem em um lugar em um deles propusesse um jogo para todos se divertirem", explica. "E qual sua indicação para os jovens criadores de jogos de hoje em dia?", pergunta o site. "Apenas faça as coisas que deseja fazer (parece fácil, mas não é)."
Vale dizer que em seu site, existe mais jogos além desses dois, mas resolvi pegar apenas esses pra mostrar o quão talentoso é esse rapaz. E são jogos bem variados, desde shoot'em ups como Hydorah e Gaurodan até mesmo jogos em primeira pessoa, como 8 Bit Killer e outros mais simples, de quando ele começou, como Vermillion Trap. Vale a pena conferir um a um, pois, apesar de simples, são jogos muito bem feitos. Fica a recomendação.
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É um clone do GnG bem feito, no patamar de jogos recentes como Shovel, La Mulana etc.. Pros poucos que chegaram até o final dos Ghosts, esse daí mantém o nível. É que ainda tento a insanidade de terminar o Ultimate Ghost n' Goblins do PSP, senão já tinha conferido esse daí. Boa indicação! Tu sumiu, cara, esse post até me surpreendeu!
ResponderExcluirPois é, fiquei um tempo meio longe do blog, respirando e resolvendo algumas coisas pessoais, mas agora pretendo engrenar as postagens novamente.
ExcluirCaramba!
ResponderExcluirFiquei impressionado com a proposta do Locomalito.
Muito legal esse cara!
Abç
O cara é foda, faz jogos fodas com poucos recursos e muito melhores do que muito jogo de empresa grande! E melhor: de graça!
ExcluirAmigo. Vc sabe em qual linguagem ele programou esse jogos e se ele usa algum framework? Gostei muito dos jogos
ResponderExcluirNão sei cara. Dá uma fuçada no site dele, deve ter alguma informação por lá!
ExcluirBons jogos joguei Maldita Castilla a algum tempo cheguei na terceira fase mas parei por ai esse outro jogo eu vi alguns vídeos no youtube por acaso e cabei achando interessante.
ResponderExcluirThe Curse of Issyos consegue ser melhor ainda que o Maldita Castilla, jogue o quanto antes!
ExcluirJoguei os dois! Muito bons!
ResponderExcluirO locomailto faz umas coisas muito legais!
Acho que é o que se alcança quando faz uma coisa com gosto
Muito legal Cosmão!
Pois é. Ele está trabalhando em um jogo maior ainda que essas duas pérolas, vamos aguardar porque com certeza vem coisa boa por aí!
ExcluirEai Cosmão!!! Beleza cara? bom queria saber se vc pode fazer um tutorial de como criar o próprio tema para o Maximus Arcade, usando o Theme Editor, agradeço desde já!!!
ResponderExcluirCara, até tentei fazer um tema proprio, mas desisti e não vejo a possibilidade de voltar a fazê-lo hehehe!
Excluiresse maldita castilla e muito bom conheci ele no ouya
ResponderExcluircosmão ! amo esse blog
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