Final Fight (arcade)

É impossível falar sobre beat'n ups em qualquer roda de conversa nerd e não mencionar Final Fight. Quase um precursor no estilo (perdendo o posto pro Double Dragon, outra pérola do estilo "descer o cacete em todos"), o jogo de Haggar e companhia é até hoje considerado por muitos um dos melhores do gênero, mesmo após dúzias de jogos parecidos saírem depois dele. Mas o quê esse jogo tem que os outros não tem? Eu poderia dizer que carisma pesa muito mais do que controles ou gráficos, mas Final Fight tem tudo isso e muito mais.

o trio pronto pra encarar a Mad Gear e Guy lustrando as botas na boca de um inimigo

A história gira em torno do resgate da filha do prefeito de Metro City por uma gangue local chamada Mad Gear. Podem notar que até os nomes de cidade e da gangue tem seu charme aqui. Pois bem, a única cagada da Mad Gear é que o prefeito de Metro City é um lutador de luta-livre aposentado, nosso querido Mike Haggar. Algo me diz que não deve ser muito saudável sequestrar a filha de um lutador profissional e já vimos isso em Comando Para Matar, com o Arnoldão. Mas a Mad Gear possui inúmeros membros nas partes mais fétidas da cidade, e fez questão de espalhar problemas pra Mike resolver antes dele chegar até o cativeiro onde sua filha está.

Mas Haggar não está sozinho nessa. Prontamente, ele chama o bundão Cody, lutador e namorado de sua filha e ainda escala um amigo chamado Guy, um ninja cheio dos golpes rápidos. Ok, Cody não é lá tão bundão assim, pelo menos até ir parar na prisão por motivos que desconheço. O trio parte no rastro da Mad Gear, chutando bundas sujas de inimigos por todo canto da cidade.

ok, Cody não parece tão bundão nessa imagem

Final Fight possui comandos simples, eu diria simples até demais. Um botão pra socar, outro pra pular e, com os dois juntos, seu personagem executa um belo especial, que afasta os nefastos inimigos gentilmente com uma bota nas fuças. Claro, esse golpe consome energia, mas é extremamente útil em momentos desesperadores, onde 4 ou 5 inimigos te cercam e te fazem de joão-bobo. O encaixe dos golpes funciona bem, o jogo tem uma ótima detecção de colisão e o jogo flui normalmente do começo ao fim, sem slowdowns, mesmo com vários personagens grandões na tela.

Sodom ensinando bons modos à Cody

Falando nisso, os gráficos são bem caprichados, até pros dias de hoje. A Capcom sempre foi conhecida por ser bastante perfeccionista em seus jogos e não é diferente com Final Fight. Os cenários são bem detalhados, com muitas cores e os inimigos tem uma boa variedade. Óbviamente eles se repetem com certa frequência, apenas mudando algumas cores, mas isso nunca foi motivo de reclamação ou motivo pra não jogar uma partidinha naquele arcade sujo sempre presente nos bares pelo mundão afora. Uma curiosidade nos inimigos são seus nomes, muitos deles tem nomes como Slash e Axl, os dois membros da falecida banda Guns'n Roses, o que denota que haviam muito mais roqueiros na Capcom antigamente.

o eterno pilão quebrador de colunas vertebrais

Os sons também são bem eloquentes, com socos que tem barulho de socos e muitos gritos e urros durante a jogatina. As músicas são clássicas, bem compostas e que, com certeza, estão impressas nos cérebros de quem jogou naquela época. Pode reconhecer, você sabe de cor as músicas do game.

Final Fight é até hoje muito jogado, visto que foi re-lançado recentemente pras redes do Xbox 360 e PS3, sendo possível sua jogatina online com aquele velho amigo que insistia em bater mais em você do que nos inimigos. Ahh, beat'n ups e amizades perdidas por socos aplicados sem querer nas costas do amigo, quantas saudades...

Nota: 9.0