quarta-feira, 20 de junho de 2018

Jackal (NES)


Antes de voltar com o blog, eu venho tentando imaginar um tipo de texto sobre jogos que evidencie realmente a minha experiência com o mesmo. Ao invés de um review normal, praticamente padronizado como vinha sendo feito, vou deixar as coisas mais leves e um pouco mais pessoal por aqui. Jackal é a primeira experiência nesse novo formato, que ainda conta com o tradicional resumão no final da matéria. Espero que todos apreciem!

Jackal, assim como muitos jogos também do Nintendinho, foi uma grata surpresa pra mim. Como eu nunca tive um NES ou clone dele da época, muitos jogos são verdadeiras descobertas arqueológicas na minha concepção. Em se tratando de Jackal, entretanto, a versão de NES é uma conversão (bastante competente) da versão original para Arcades, lançada em 1986 e que também era conhecida com o nome de Top Gunner.

A Konami lançou o jogo também em várias outras plataformas, inclusive em versões mais modernas para celulares chineses, mas nenhuma delas é tão bem lembrada como a versão clássica do Nintendo 8 bits, que é a versão tratada neste texto.


Embora o jogo seja padrão NES, o que significa ter uma dificuldade elevada e não dar muitas chances ao jogador, eu considero Jackal um jogo bastante acessível, mesmo nos dias de hoje. Claro, você morre com um simples artefato inimigo, seja uma bomba, granada ou apenas um mísero tiro de escopeta. Mas, à parte disso, os controles do jipe em Jackal respondem tão bem que pode-se assumir que, se você for alvejado, é tudo culpa sua mesmo! Não dá pra sair culpando o jogo por ser implacável ou coisa assim, como em muitos jogos do sistema. Enfim, Jackal é bastante convidativo e nem um pouco apelativo na dificuldade. Aqui não vai dar pra você por a culpa no controle por ter perdido 3 vidas seguidas...

Eu peguei esse game pra jogar sem conhecê-lo totalmente. As duas primeiras fases são mais simples e servem, basicamente, pra você conhecer o jogo, os comandos, o avanço de tela que muitas vezes esconde surpresas (canhões que surgem assim que você avança a tela são algo bem comum aqui), os tipos de inimigos e também os diferentes terrenos. O level design é criativo, mostra diversos caminhos em alguns mapas, mas quase sempre é linear, com pouca variação. Essa variação, entretanto, é bastante aumentada nos mapas finais, onde existem algumas bifurcações que escondem itens melhores ou inimigos mais implacáveis.

Existem ainda coisas escondidas nos cenários. Além das prisões que escondem seus parceiros sequestrados (que você deve resgatá-los e levá-los até o helicóptero no meio da fase para faturar alguns pontos), temos também algumas insígnias de cor marrom, verde ou que piscam, que não aparecem, à menos que você exploda o cenário. Os cantos geralmente escondem algumas dessas em cada fase, cabendo ao jogador procurá-las. Elas valem desde vidas extras, até a detonação de todos os inimigos da tela e também um mega power-up que eleva ao máximo de uma só vez seus mísseis.

Óbviamente, inimigos abatidos e soldados resgatados valem pontos. E quanto mais pontos, mais vidas. Não me lembro exatamente a contagem, mas com vinte mil pontos já se consegue uma chance extra e provavelmente com 50 mil, vem outra.



Os controles dele são bem acessíveis, um botão para atirar com a metralhadora e outro pra lançar granadas. A metralhadora só atira pra cima, já as granadas ou mísseis, podem ser atirados em qualquer direção. Apesar de parecer, eu não tive dificuldades em me adaptar à esse sistema. Adiciona-se à isso o fato de que melhorias podem ser feitas ao se resgatar os soldados que "brilham", fazendo sua granada se transformar em um míssel, depois em um míssel que explode horizontalmente e, por último, num míssel que explode em cruz, pegando vários inimigos próximo de uma só vez. Claro, perdendo uma vida, tudo isso vira história e recomeça-se o processo com a simples granada.

Uma das coisas a salientar em Jackal é sua música, que lembra bastante a trilha sonora do primeiro Contra, também da Konami. Ela te acompanha por todas as fases, sendo que cada fase tem sua música própria. Os efeitos sonoros também são ótimos, desde explosões, tiros, pontuação, etc. É como se o jogo tivesse sido feito pra não te cansar, à não ser de jogar exaustivamente, pois o mesmo, após os créditos, te permite continuar num segundo loop, mais difícil. Além de tudo isso, é possível chamar um amigo pra jogar com você, sendo que ambos jogam na mesma tela, cada um com seu jipe. Como existe a contagem de pontos, é bem divertido disputar com alguém a pontuação e também planejar investidas e traçar estratégias para avançar nos mapas, já que ambos dividem as mesmas vidas.

Como eu disse, as primeiras fases servem mais pra habituar o jogador com o sistema, permitindo inclusive exploração de cenário com certa liberdade, inimigos padronizados, etc. Ainda que na segunda etapa sejam apresentados ao jogador os aviões que lançam bombas, é à partir da terceira etapa, no porto, que as coisas começam a ficar realmente complicadas.

De início, muitos canhões já te cercam, te obrigando a se virar com seus mísseis para escapar. Aviões aparecem em maior número também, além de barcos e até submarinos que atiram mísseis muito rápidos!

Além dos inúmeros inimigos novos apresentados, o mapa em si é bastante confuso, cheio de caminhos, cercas, contêiners e canhões escondidos. Achar onde estão os soldados aqui é imprescindível para tentar acumular vidas e sair deste inferno.



A quarta fase é num pântano, onde a locomoção do seu jipe será posta à prova. Rochas rolam de montanhas, inimigos brotam da grama e de lugares escondidos e toda sorte de canhões aparecem. Tive uma particular dificuldade no campo minado, onde é preciso avançar com calma pra não explodir tudo e perder a vida. É uma fase que testa seus reflexos e, principalmente sua paciência.

Depois disso, passamos pelo campo de treinamento inimigo, que se parece muito com a fase do porto, mas é bem mais recheada de inimigos. Em determinado momento, surgem duas pontes para serem atravessadas, repletas de minas terrestres, te obrigado a passar com muita calma pelo local. O chefe é um paredão cheio de canhões e que vão soltando também tanques aos montes... Antes de tentar partir pro tudo ou nada, lembre-se: se morrer, vai perder seus power-ups e voltar com a simples granada. E, granadas nessa fase, vão por mim, vão dificuldade DEMAIS sua vida...

A última etapa é também o teste final para suas habilidades. Aqui temos um trecho cercado de canhões que vão exigir sua paciência em manobrar o jipe e procurar o melhor ângulo para detoná-los. Aliás, o que mais tem nessa fase são canhões alocados nas partes altas e muros. É preciso uma boa dose de paciência pra ir detonando deles e avançar.

O chefe final, pra variar, vem em duas formas. A primeira, apesar de inicial, já não é lá tão simples. Se você chegou com os mísseis, apenas detone o centro da tela. Após isso, o chefe vira um tanque enorme, com uma metralhadora giratória e um canhão no centro que atira uma rajada de fogo. Apesar da metralhadora à todo momento tentar mirar em você, é fácil desviar dos tiros dela. O porém aqui é pegar o timming exato de quando o tanque vai parar e soltar a labareda de fogo. Isso me consumiu MUITAS vidas, acreditem...

Em resumo, pra quem gosta de um desafio honesto, bons gráficos para o sistema, músicas bacanas e uma jogabilidade tranquila, recomendo bastante Jackal. É um jogo justo, com boa durabilidade e ainda conta com o segundo loop, adicionando uma maior dificuldade pra quem aprecia. É um ótimo jogo pra jogar naquelas tardes tranquilas e chuvosas, mesmo que, hoje em dia, elas sejam tão raras...



Nota Final: 8.0

6 comentários:

  1. Ótima analisa, alias, gostei bastante desse novo formato. Bem, como você sabe eu ando meio distante dos retrogames, mas jogos como esse e o modo como você conta sempre me empolga e dá aquela vontade de baixar pra jogar, hahahaha!!

    Sem dúvida vou dar uma chance a esse Jackal, e se a paciência permitir irei até o fim, hehehe!!


    Abraço

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  2. Sempre é gratificante ler algo sobre um jogo tão divertido.

    Conheci este através do cartucho de 60 jogos, da Dynacom.

    Bons tempos!

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  3. Grande Cosmão! Belo jogo, tive acesso apenas via emulador há cerca de 3 ou 4 anos e gostei muito dele, como você disse, é bem acessível e divertido!

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  4. Jogo bem interessante me lembro de ver alguem jogar no youtube e gostei bastante.

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  5. Joguei muito na infância. Meu primo tinha no seu Top Game e me emprestava para jogar em meu Turbo Game kkkk. umJogão do NES. Excelente análise!

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  6. Gostei muito do formato, na verdade acho até que você pode se soltar mais até.

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